08.08.2015 Views

CAPOEIRA: - Asociacion Cultural de Capoeira Angola

CAPOEIRA: - Asociacion Cultural de Capoeira Angola

CAPOEIRA: - Asociacion Cultural de Capoeira Angola

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

63gran<strong>de</strong>s proporções, chegando a receber mais <strong>de</strong> seis mil pessoas. Na medida emque aumentava, ampliava-se o espectro <strong>de</strong> envolvidos na organização da festa:além dos grupos <strong>de</strong> recreação, teatro, capoeira, educadores e todas as pessoas que<strong>de</strong>sejassem trabalhar, os comerciantes contribuíam com patrocínios e prendas; ausina contribuía financiando lanches; a prefeitura disponibilizava o transporte; enfim,praticamente toda a cida<strong>de</strong> estava, <strong>de</strong> alguma forma, envolvida.O formato final da festa só era conhecido no momento em que ela acontecia,visto que, na hora do evento, novos voluntários se apresentavam para contribuir eproduzir acontecimentos, em pulsações <strong>de</strong> invenção e alegria. Concordamos com ojornalista local que relatou: “se o poeta Manuel Ban<strong>de</strong>ira visse tanta criança junta,virando cambalhotas e ‘pintando o sete’, talvez <strong>de</strong>ixasse <strong>de</strong> sonhar com a suaimaginária Pasárgada, construída em versos, para reencontrar a alegria aqui mesmono Vale do Aço” (LACERDA, 1989, p.7).A capoeira do Rio <strong>de</strong> Janeiro, no início do século XX, constituía espaços daalegria em áreas periféricas, longe da cida<strong>de</strong> burguesa letrada. Em Timóteo,contemporaneamente, isso se invertia: com a capoeira da Lenço <strong>de</strong> Seda, emergia oespaço da alegria no centro da cida<strong>de</strong>, totalmente ocupado por crianças, jovens eadultos das periferias. Esse espaço urbano, cotidianamente <strong>de</strong>stinado a negócios,trabalho, comércio, on<strong>de</strong> está situada a se<strong>de</strong> do escritório central da fábrica,convertia-se em um espaço da alegria, conforme sinalizado por Lacerda (1989).Com brinca<strong>de</strong>iras, capoeira, jogos recreativos, ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> artes plásticas,teatro, música e tantas ativida<strong>de</strong>s quanto a imaginação pu<strong>de</strong>sse inventar, ascrianças apropriavam-se e faziam uso completamente inusitado do espaço.Destacamos uma cena que veio ao nosso encontro ao investigarmos o acervodocumental da Lenço <strong>de</strong> Seda e que nos afeta <strong>de</strong> forma singular:

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!