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CAPOEIRA: - Asociacion Cultural de Capoeira Angola

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85capaz. Maquinações corporais, “(...) cujos elementos, órgãos, forças, energias,paixões, temores são reunidos por meio <strong>de</strong> conexões com palavras, sonhos,técnicas, cantos, hábitos, julgamentos, armas, ferramentas, grupos” (ROSE, 2001,p.172).A partir <strong>de</strong>ssa abordagem, preten<strong>de</strong>mos investigar como a diferença escapa,redimensiona-se e emerge a partir do corpo, na prática da capoeiragem. I<strong>de</strong>ntificarcomo essas experiências corporais diversificadas, conexões em maquinaçõesvariadas - que articulam corpos, música, memória, <strong>de</strong>sejos, terror, força, astúcia,movimentos, ritualida<strong>de</strong> - po<strong>de</strong>m propiciar a emergência <strong>de</strong> processos <strong>de</strong>subjetivação diferentes daqueles modulados na lógica do consumo. Consi<strong>de</strong>ramos acapoeira nessa perspectiva, por constatarmos, ao longo <strong>de</strong> sua história, que aemergência da resistência sempre foi (e ainda é) engendrada através <strong>de</strong>maquinações corporais.A <strong>Capoeira</strong> <strong>Angola</strong> possibilita um diálogo através <strong>de</strong> perguntas e respostascorporais, com movimentos <strong>de</strong> inversão, em articulações inusitadas. Reis (1997), aodiscorrer sobre a roda <strong>de</strong> capoeira, estabelece conexão com o contexto social macroe observa que, para a<strong>de</strong>ntrar nesse espaço, o capoeirista faz sempre um movimento<strong>de</strong> inversão como, por exemplo, um “aú” - movimento no qual as mãos são o suportedo corpo e as pernas ficam soltas no ar. Assim, entra-se no mundo literalmente <strong>de</strong>cabeça para baixo, subvertendo a lógica <strong>de</strong> uma gramática corporal já instituída.Na experiência da capoeiragem, na roda <strong>de</strong> <strong>Angola</strong>, todos os movimentos econexões são convites à subversão corporal, proposições muito distantes do usohabitual que fazemos do nosso corpo, po<strong>de</strong>ndo propiciar a ruptura dos contornos <strong>de</strong>subjetivida<strong>de</strong>.Perguntamos então: as maquinações corporais que se configuram naexperiência da capoeira engendram singularida<strong>de</strong>s nos processos <strong>de</strong> subjetivação?Tais maquinações po<strong>de</strong>m ser tomadas como experiência que produz uma novaforma <strong>de</strong> vivenciar, através do corpo, a arte da existência?Partimos do pressuposto <strong>de</strong> que a experiência da <strong>Capoeira</strong> <strong>Angola</strong>, ao seconsolidar na trama histórica brasileira no <strong>de</strong>correr <strong>de</strong> aproximadamente trezentosanos, trouxe, até os dias <strong>de</strong> hoje, um processo <strong>de</strong> conexão entre tradição einvenção, que po<strong>de</strong> produzir subjetivações singulares por meio do diálogo corporal.

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