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CAPOEIRA: - Asociacion Cultural de Capoeira Angola

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78perspectiva tomamos o termo subjetivida<strong>de</strong>? O que significa subjetivida<strong>de</strong> submetidaou dominada? Como emergem subjetivida<strong>de</strong>s autônomas ou singulares?O termo subjetivida<strong>de</strong>, neste trabalho não se refere a uma dimensãointeriorizada, própria da natureza humana, ou à idéia <strong>de</strong> sujeito constituinte,soberano, universal, mas a uma produção engendrada <strong>de</strong> maneira rizomática.O rizoma é um plano <strong>de</strong> multiplicida<strong>de</strong>s atravessado por linhas <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r, <strong>de</strong>segmentarida<strong>de</strong>, linhas molares que são endurecidas e diminuem a intensida<strong>de</strong> dosfluxos. Através <strong>de</strong>las, constituem-se estratificações, organizações, territorializações,contornos <strong>de</strong> subjetivida<strong>de</strong>, reprodução <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas formas <strong>de</strong> ser, agir e viver -na família, no trabalho, na escola, no clube. Porém, os estratos não esgotam a vidae são rompidos por movimentos e impulsos que conectam o fora. São atravessadospor linhas flexíveis, moleculares, que intensificam os fluxos e possibilitam aemergência da resistência - linhas <strong>de</strong> fuga, <strong>de</strong> <strong>de</strong>sterritorialização, que rompem osestratos e po<strong>de</strong>m abrir planos <strong>de</strong> consistência, nos quais é possível a produção donovo, a invenção, a criação <strong>de</strong> formas <strong>de</strong> conviver, expressar, agir, sonhar, amar.Nos processos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sterritorialização, quando as linhas <strong>de</strong> fuga atravessam e seabrem para campos <strong>de</strong> virtualida<strong>de</strong>, os contornos se rompem e novas conexõespo<strong>de</strong>m se atualizar, em movimentos <strong>de</strong> produção com emergência do novo, <strong>de</strong>reprodução com reiteração <strong>de</strong> códigos e sistemas estabelecidos ou até <strong>de</strong> contraprodução,<strong>de</strong>struição, linhas <strong>de</strong> morte.Enfim, os rizomas são multiplicida<strong>de</strong>s nôma<strong>de</strong>s, sem sujeito nem objeto,apenas <strong>de</strong>terminações, gran<strong>de</strong>zas, conexões. Uma re<strong>de</strong> que não tem início nem fim,mas infinitas entradas e comunicações transversais entre aspectos, pontos e linhasdiferenciadas, em movimento contínuo. Na roda <strong>de</strong> <strong>Capoeira</strong> <strong>Angola</strong>, a música, osinstrumentos, os movimentos, as palmas, a cantoria daqueles que circundam oespaço, a autorida<strong>de</strong> do mestre, os rituais, os <strong>de</strong>sejos, as memórias, aancestralida<strong>de</strong>, o jeito <strong>de</strong> jogar e os movimentos <strong>de</strong> cada capoeirista no diálogo <strong>de</strong>corpos, tudo po<strong>de</strong> conectar-se <strong>de</strong> diversas maneiras e produzir um campo <strong>de</strong>possibilida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong> afetamentos, que engendram simultaneamente reprodução einvenção do novo. Mestre Reginaldo Véio, ao dizer sobre a música, o ritmo e a ginga(movimento básico da capoeira) na roda, oferece um recorte para a visualizaçãorizomática <strong>de</strong>ssa experiência:Na hora em que a bateria tá montada ela tem diferentes marcações <strong>de</strong>freqüência <strong>de</strong> ritmo acontecendo. Ela tem, por exemplo, a base <strong>de</strong> ritmo do

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