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CAPOEIRA: - Asociacion Cultural de Capoeira Angola

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50potencializando novas formas <strong>de</strong> resistência ao po<strong>de</strong>r instituído, um movimentodiferente naquele contexto.Após ter iniciado a experiência da capoeiragem na praça em frente à igreja, ogrupo criou a Aca<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> <strong>Capoeira</strong> Quilombo, que oferecia aulas <strong>de</strong> forma maissistematizada. Em um espaço fechado, específico, recebia como alunos osadolescentes e jovens da cida<strong>de</strong>. No entanto, somente aqueles que podiam pagaras mensalida<strong>de</strong>s experimentavam a capoeiragem. O grupo, então, <strong>de</strong>cidiu voltarpara as ruas. Na visão <strong>de</strong> mestre Reginaldo Véio 19 “era necessário <strong>de</strong>volver ao povoesse instrumento <strong>de</strong> lazer e <strong>de</strong> construção da própria história”.A cada apresentação nas ruas, novas pessoas participavam da “brinca<strong>de</strong>ira”e iniciavam a prática da capoeiragem. A capoeira expandiu-se na cida<strong>de</strong> eaumentou o número <strong>de</strong> pessoas na Aca<strong>de</strong>mia Quilombo. Nesse processo, quandovoltavam a suas comunida<strong>de</strong>s, os aprendizes da capoeiragem transformavam-se eminstrutores <strong>de</strong> jovens e crianças, constituindo outros pequenos grupos. O<strong>de</strong>poimento <strong>de</strong> Pepinha diz <strong>de</strong>sse movimento:Aqui era um lugar que a gente nunca tinha visto capoeira, nunca na vida dagente, acho que a cida<strong>de</strong> inteira. Então a gente apren<strong>de</strong>u pouco e tinha queensinar pros meninos, pra fortalecer o grupo, pra ter uma roda com maisgente. (...) Foi legal, porque a gente foi brincando <strong>de</strong> capoeira com osmeninos. Os meninos foram crescendo rapidinho, daí a pouco eles jáestavam bons <strong>de</strong> capoeira, dando alegria pra gente, surpreen<strong>de</strong>ndo a gente(PROFESSOR PEPINHA) 20 .Destacamos, no <strong>de</strong>poimento <strong>de</strong> Pepinha, a dimensão eminentemente coletiva<strong>de</strong>ssa experiência e sua potência <strong>de</strong> mobilização nas comunida<strong>de</strong>s. A capoeiragemsó existe na prática <strong>de</strong> grupo, pois são necessárias diferentes pessoas para tocarinstrumentos, cantar, alternar duplas <strong>de</strong> atores no jogo-luta-dança, criar a ambiênciada roda e articular ritmos, canções, brinca<strong>de</strong>iras, teatralida<strong>de</strong>. Então, praticar acapoeira era também ensinar-apren<strong>de</strong>r a capoeiragem, engendrar processoscoletivos <strong>de</strong> criação, produzir e multiplicar novos grupos. Conforme MestreReginaldo Véio 21 , mediante a irrupção <strong>de</strong> pequenos grupos <strong>de</strong> capoeira <strong>de</strong> maneirainformal e solta, surgiu a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> organizar esse movimento. As pessoashaviam conhecido a capoeira nas ruas e passaram a ser multiplicadores sem o19 Informação verbal, obtida em entrevista realizada em 18/02/2006.20 Informação verbal, obtida em entrevista realizada em 12/04/2006.21 Informação verbal obtida em grupo focal em 18/02/2006.

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