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CAPOEIRA: - Asociacion Cultural de Capoeira Angola

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68tempo, não mantêm a forma com facilida<strong>de</strong>, estando sempre prontos a mudá-la. Aliquefação ou a flui<strong>de</strong>z é uma das principais características do tempo presente. Noentanto, ao manter o termo mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, o autor <strong>de</strong>staca que alguns parâmetros <strong>de</strong>hoje continuam referenciados nas matrizes mo<strong>de</strong>rnas, principalmente o princípio daindividualida<strong>de</strong>, da autonomia.Observamos, na contemporaneida<strong>de</strong>, um processo <strong>de</strong> exacerbação daindividualização, através da transformação da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> humana em uma tarefa: osindivíduos são responsabilizados pela realização <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s e por suasconseqüências, convocados para performances contínuas, diante das infinitaspossibilida<strong>de</strong>s que <strong>de</strong>spontam na socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> consumo, numa ciranda que nãotem fim. Dito <strong>de</strong> outro modo, as pessoas são convocadas à ação mediantecondições e possibilida<strong>de</strong>s diferentes, responsabilizadas individualmente por seusucesso ou fracasso. Assim, aqueles que não conseguem ingressar no mundo dotrabalho são responsabilizados por não <strong>de</strong>senvolver sua formação contínua; quandose encontram na miséria, são culpados e estigmatizados como incapazes oupreguiçosos.Nessa perspectiva, a individualização aparece como oposição à cidadania, oulenta <strong>de</strong>sintegração <strong>de</strong>la. Partindo do pressuposto <strong>de</strong> que cidadão é aquele quebusca seu bem-estar pessoal articulado ao bem-estar da cida<strong>de</strong>, o indivíduocontemporâneo distancia-se da cidadania na medida em que se ocupa dasperformances individuais e ten<strong>de</strong> a ser cético quanto ao bem-comum. Em tempos <strong>de</strong>mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> líquida, a tarefa <strong>de</strong> construir uma nova or<strong>de</strong>m não está na agenda,pelo menos não na agenda política, pois a situação atual emergiu do <strong>de</strong>rretimentodos sólidos pré-mo<strong>de</strong>rnos, sem a perspectiva <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> novos mol<strong>de</strong>s.Os sólidos que estão para ser lançados no cadinho e os que estão<strong>de</strong>rretendo neste momento, o momento da mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> fluida, são os elosque entrelaçam as escolhas individuais em projetos e ações coletivas - ospadrões <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação entre as políticas <strong>de</strong> vidaconduzidas individualmente, <strong>de</strong> um lado, e as ações políticas <strong>de</strong>coletivida<strong>de</strong>s humanas, <strong>de</strong> outro (BAUMAN, 2001, p.12).Portanto, com a exacerbação do individualismo e o esvaziamento das açõespolíticas coletivas, observamos que as ações revolucionárias já não estão em pautaou não têm a mesma força para mobilizar pessoas dispostas a mudar planosindividuais em favor <strong>de</strong> projetos coletivos. A experiência da Lenço <strong>de</strong> Seda, que seproduzia tendo como eixo fundamental a articulação entre a busca do bem-estar

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