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O TeaTrO GreGO em COnTexTO de represenTaçãO - Universidade ...

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O <strong>TeaTrO</strong> <strong>GreGO</strong> <strong>em</strong> <strong>COnTexTO</strong> <strong>de</strong> <strong>represenTaçãO</strong><br />

autores, qualquer que fosse a prática original das Dionísias<br />

Rurais, que certamente diferia <strong>de</strong> d<strong>em</strong>o para d<strong>em</strong>o, o cortejo<br />

dos antigos festivais parece ter implicado o uso <strong>de</strong> máscaras<br />

pelos participantes.<br />

O festival tinha, por conseguinte, dois momentos altos – o<br />

komos 5 – o cortejo on<strong>de</strong> era exibido e ostentado um falo, cujo<br />

objetivo era o <strong>de</strong> promover a fertilida<strong>de</strong> – e o askoliasmos 6 – um<br />

concurso que consistia na tentativa <strong>de</strong> saltar ou permanecer<br />

sobre um odre cheio <strong>de</strong> vinho e untado.<br />

Depois do komos e dos sacrifícios que a este se seguiam,<br />

tinham lugar a tragédia e a comédia 7 , às quais foram acrescen‑<br />

tados os ditirambos nos finais do século IV a.C. 8 e, pelo menos<br />

nos finais do século II a.C., aparent<strong>em</strong>ente, as festivida<strong>de</strong>s<br />

duravam quatro dias (cf. SEG 15.104.25f.).<br />

Para celebrar as vitórias alcançadas, durante o século IV<br />

a.C., vários coregos erigiram monumentos com<strong>em</strong>orativos.<br />

Através <strong>de</strong>les é possível verificar que a sincoregia, ou seja, a<br />

partilha da responsabilida<strong>de</strong> dos concursos por dois coregos<br />

<strong>em</strong> simultâneo, era uma prática comum neste tipo <strong>de</strong> festi‑<br />

vais. Prova disso mesmo é visível <strong>em</strong> I.G.2.3090, on<strong>de</strong> consta<br />

a inscrição que figuraria num monumento com<strong>em</strong>orativo da<br />

vitória, por duas vezes, <strong>de</strong> dois sincoregos nas Dionísias <strong>de</strong><br />

Elêusis, uma <strong>em</strong> 406‑405 a.C., com as Rãs <strong>de</strong> Aristófanes, e<br />

a outra <strong>em</strong> 402‑401 a.C., com o Édipo <strong>em</strong> Colono <strong>de</strong> Sófocles.<br />

Apenas <strong>em</strong> Elêusis e possivelmente <strong>em</strong> Acarnas foi apresen‑<br />

tado o rol completo <strong>de</strong> composições dramáticas (ditirambo,<br />

tragédia e comédia) 9 ; no entanto, ao que parece, o festival<br />

5 E.g. Aristófanes, Acarnenses, 241‑279.<br />

6 O concurso é <strong>de</strong>scrito por Pólux (9.121) s<strong>em</strong> a referência a nenhum<br />

festival <strong>em</strong> particular. Segundo Pickard‑ Cambridge (1953: 40), era pro‑<br />

vavelmente uma prática usual <strong>em</strong> muitos festivais.<br />

7 Cf. Lei <strong>de</strong> Evégoros (ap. D<strong>em</strong>óstenes, Contra Mídias, 10).<br />

8 No Pseudo‑Plutarco (Vida dos Dez Oradores, 842a), o autor lista<br />

vários fragmentos <strong>de</strong> legislação, introduzida por Licurgo, on<strong>de</strong> se refere<br />

que este instituiu que no Pireu, no mês <strong>de</strong> Poséidon, foss<strong>em</strong> a concurso<br />

não menos do que três coros ditirâmbicos.<br />

9 Em vários outros d<strong>em</strong>os a configuração dos concursos dramáticos era<br />

diferente. Em Tóricos, por ex<strong>em</strong>plo, somente a tragédia e a comédia eram<br />

representadas. Já <strong>em</strong> Salamina, começaram por ser apresentados ditirambos<br />

e, mais tar<strong>de</strong>, a tragédia. Cf. Csapo & Slater (1994: 121). Exist<strong>em</strong> ainda<br />

test<strong>em</strong>unhos, nomeadamente num <strong>de</strong>creto do século V a.C. (COAD 126),<br />

que atestam a representação <strong>de</strong> tragédias, <strong>em</strong> Icárion. Cf. Wiles (1997: 23).<br />

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