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O TeaTrO GreGO em COnTexTO de represenTaçãO - Universidade ...

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O <strong>TeaTrO</strong> <strong>GreGO</strong> <strong>em</strong> <strong>COnTexTO</strong> <strong>de</strong> <strong>represenTaçãO</strong><br />

As duas secções das extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada um dos lados tal‑<br />

vez foss<strong>em</strong> reservadas aos estrangeiros 37 . As filas superiores<br />

eram constituídas por assentos com tábuas móveis – os ainda<br />

<strong>de</strong>nominados ikria por Aristófanes (Mulheres que celebram as<br />

Tesmofórias, 395) – suportadas por pedras <strong>em</strong>butidas na terra.<br />

Os assentos da primeira fila a seguir à passag<strong>em</strong> entre as duas<br />

primeiras galerias eram também <strong>de</strong>stinados a lugares <strong>de</strong> honra.<br />

Foi nesta estrutura ainda primitiva do edifício teatral <strong>de</strong><br />

Diónisos Eleuthereus que o povo grego assistiu ao apogeu do<br />

teatro, no que concerne nomeadamente aos gran<strong>de</strong>s poetas. Foi,<br />

durante o século V a.C., que os espectadores pu<strong>de</strong>ram vibrar<br />

com as obras dos três gran<strong>de</strong>s tragediógrafos mais reconhecidos<br />

pela humanida<strong>de</strong> – Ésquilo, Sófocles e Eurípi<strong>de</strong>s – b<strong>em</strong> como<br />

do comediógrafo – Aristófanes.<br />

Ainda no <strong>de</strong>correr do século V a.C., mais precisamente na<br />

época <strong>de</strong> Péricles, <strong>em</strong> 446–442, um novo edifício foi constru‑<br />

ído do lado este do teatro – o o<strong>de</strong>on. Esta estrutura, <strong>de</strong> forma<br />

quadrangular, era utilizada para concertos musicais e durante<br />

o proagon 38 , a altura <strong>em</strong> que os poetas, acompanhados dos<br />

atores e do coro, informavam os espectadores do assunto das<br />

composições a que iam assistir 39 . A sua configuração permitia<br />

uma excelente visibilida<strong>de</strong>, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente do lugar on<strong>de</strong><br />

estivesse posicionado o espectador.<br />

Provavelmente, na mesma altura <strong>em</strong> que o o<strong>de</strong>on foi constru‑<br />

ído, edificou‑se também um corredor <strong>de</strong> colunas – stoa – que<br />

passou a separar fisicamente o local <strong>de</strong>stinado à representação<br />

e o <strong>de</strong>stinado ao culto – o santuário; e assim, a pouco e pouco,<br />

a religiosida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que o teatro, inicialmente, estava imbuído<br />

foi‑se <strong>de</strong>svanecendo.<br />

Mais tar<strong>de</strong>, no terceiro quartel do século IV a.C., <strong>em</strong><br />

338‑326, sob a li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong> Licurgo 40 , foi então construída<br />

uma estrutura permanente e <strong>em</strong> pedra no recinto do teatro,<br />

o que levou Croiset (apud Bellessort 1934: 31) a ironizar a<br />

esse respeito. Segundo ele, foi quando não tinham já poetas<br />

37 O facto <strong>de</strong> existir<strong>em</strong> lugares reservados aos estrangeiros é atestado<br />

no fragmento 41K <strong>de</strong> uma comédia <strong>de</strong> Aléxis <strong>de</strong> Túrios, on<strong>de</strong> uma mu‑<br />

lher se queixa <strong>de</strong> se ter sentado nos lugares das extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong>s, tal como os<br />

estrangeiros, quando quis assistir às representações. Cf. Bieber (1961: 71).<br />

38 Cf. Escólio a Aristófanes, Vespas, 1109.<br />

39 Vitrúvio (5.9.1) refere ainda uma outra funcionalida<strong>de</strong> – a <strong>de</strong> proteger<br />

os espectadores da chuva.<br />

40 Vi<strong>de</strong> Pseudo‑Plutarco, Vida dos <strong>de</strong>z Oradores, 852c.<br />

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