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O TeaTrO GreGO em COnTexTO de represenTaçãO - Universidade ...

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O <strong>TeaTrO</strong> <strong>GreGO</strong> <strong>em</strong> <strong>COnTexTO</strong> <strong>de</strong> <strong>represenTaçãO</strong><br />

da chuva. Do lado oposto, situava‑se a skene permanente, <strong>em</strong><br />

pedra 44 , que tinha cerca <strong>de</strong> 20 metros <strong>de</strong> comprimento.<br />

Entretanto e por causa do papel relevante que cada vez<br />

mais os atores passaram a <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penhar, a estrutura inicial do<br />

teatro sofreu alterações: a orquestra tornou‑se mais pequena<br />

e um pequeno palco foi erguido e projetado para a frente do<br />

auditório, sendo que os atores passaram, então, a representar<br />

neste local – o proscénio 45 .<br />

Segundo Csapo & Slater (1994: 80‑81), esta nova configu‑<br />

ração do teatro espalhou‑se por todo o mundo grego e, assim,<br />

os edifícios teatrais passaram a ter palcos elevados, formados<br />

pelo acrescento <strong>de</strong> um segundo edifício à skene e <strong>de</strong>pois ligando<br />

outra plataforma com um piso à parte da frente <strong>de</strong>sta. Os atores<br />

transferiram‑se para a parte superior do proscénio, <strong>de</strong>signado<br />

<strong>de</strong> logeion por ser o local reservado à fala, e o segundo piso da<br />

skene passou a servir <strong>de</strong> cenário, <strong>de</strong>nominando‑se episkenion 46 .<br />

Ex<strong>em</strong>plo disso é o teatro <strong>de</strong> Epidauro, consi<strong>de</strong>rado, já na an‑<br />

tiguida<strong>de</strong>, como sendo o mais harmonioso e bonito <strong>de</strong> todos.<br />

Este edifício apresentava a particularida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser um espaço<br />

reservado apenas a eventos culturais, s<strong>em</strong> qualquer carga política<br />

e com uma arquitetura que se distanciava da consignada aos<br />

edifícios sagrados 47 . Esta estrutura, cuja edificação Pausânias<br />

(2.27.5) atribui ao arquiteto Policleto, <strong>em</strong> 330‑320 a.C., era<br />

constituída por um auditório simetricamente redondo, que pro‑<br />

porcionava uma visão igualmente boa das performances, on<strong>de</strong><br />

quer que o espectador estivesse posicionado, com 12 secções<br />

e 13 lances <strong>de</strong> escadas na primeira galeria e com 22 secções<br />

44 A skene <strong>em</strong> pedra do teatro <strong>de</strong> Diónisos Eleuthereus do século IV<br />

a.C. é, pela primeira vez, mencionada por D<strong>em</strong>óstenes (Contra Mídias, 17).<br />

45 Também por esta altura, mais precisamente no final do século IV a.C.,<br />

um segundo t<strong>em</strong>plo consagrado a Diónisos foi construído. Localizava‑se<br />

ligeiramente a sul do anterior e albergava uma estátua do <strong>de</strong>us <strong>em</strong> ouro e<br />

mármore, executada, segundo Pausânias (1.20.3), por Alcâmenes. Segundo<br />

Camp (2001: 147), e <strong>de</strong> acordo com o que restou das suas fundações, este<br />

t<strong>em</strong>plo consistia numa simples cela com um pórtico <strong>de</strong> colunas na frente.<br />

Pickard‑Cambridge (1946: 28) afirma que aparent<strong>em</strong>ente o t<strong>em</strong>plo data do<br />

último terço do século V a.C., uma vez que o último registo do trabalho<br />

<strong>de</strong> Alcâmenes é <strong>de</strong> 403 a.C.<br />

46 Vi<strong>de</strong> a este propósito a reconstituição do teatro helenístico <strong>de</strong> E.<br />

R. Malyon, apud Csapo & Slater (1994: fig. 15A).<br />

47 Wiles (1997: 40) refere que as proporções <strong>de</strong>ste edifício são calculadas<br />

<strong>em</strong> cúbitos, uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> medida não reportada aos <strong>de</strong>uses, mas a uma<br />

forma humana i<strong>de</strong>alizada.<br />

46

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