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Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras

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gêmeos diferentes <strong>em</strong> suas concepções e seus i<strong>de</strong>ais. Dessa forma, a simbologia do<br />

incesto entre os gêmeos nórdicos se faz presente, por meio da intertextualida<strong>de</strong>, na<br />

criação dos gêmeos portugueses.<br />

Outro ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong> intertextualida<strong>de</strong>, <strong>em</strong> Pedro e Paula (1998), também no<br />

tocante a luta, é o intertexto que faz com Esaú e Jacó, <strong>de</strong> Machado <strong>de</strong> Assis. Os irmãos<br />

Pedro e Paulo são opostos nos i<strong>de</strong>ais políticos, um monarquista (Pedro) e outro<br />

republicano (Paulo), o que r<strong>em</strong>ete aos gêmeos Pedro e Paula, na obra aqui estudada,<br />

também sob o viés político. Inclusive, Machado <strong>de</strong> Assis é um dos autores favoritos <strong>de</strong><br />

Macedo. No romance <strong>em</strong> estudo neste trabalho há várias menções a Machado <strong>de</strong> Assis,<br />

e <strong>de</strong>ntre elas citamos: Além <strong>de</strong> que era evi<strong>de</strong>nte que só po<strong>de</strong>riam ser Pedro e Paula,<br />

como o profético ou intertextual padrinho se tivesse lido o relevante Machado <strong>de</strong> Assis<br />

[...], p. 22. Da mesma forma, eis uma outra passag<strong>em</strong>, ao conferirmos as palavras do<br />

narrador:<br />

O Machado <strong>de</strong> Assis é mais complicado, porque encontrou aquela<br />

maneira muito especial <strong>de</strong> falar do que é no modo condicional,<br />

dizendo ao mesmo t<strong>em</strong>po o que po<strong>de</strong>ria não ser e portanto po<strong>de</strong>rá vir<br />

a ter sido, como Deus nos anos 60. Mulato ressentido, fartaram-se os<br />

críticos <strong>de</strong> dizer até que se fartaram, p. 214.<br />

Sendo assim, concordamos com Kristeva quando cria o termo intertextualida<strong>de</strong><br />

como <strong>de</strong>rivado dos aspectos plurais do dialogismo. O sentido <strong>de</strong> crescimento e o <strong>de</strong><br />

função <strong>em</strong>ancipadora do texto são bastante amplos, segundo tais aspectos. Todo texto,<br />

enquanto romance, t<strong>em</strong> a função <strong>de</strong> <strong>em</strong>ancipar o indivíduo, oportunizando o diálogo que<br />

resulta entre ficção e realida<strong>de</strong>, capaz <strong>de</strong> unir literatura à socieda<strong>de</strong>. Essas<br />

convergências são atribuídas também a diversos campos sociais, enlaçando a literatura<br />

com muitos outros saberes. É o que também verificamos, a seguir: a união da filosofia<br />

bakhtiniana com o estudo do campo social, segundo os conceitos <strong>de</strong> Pierre Bourdieu.<br />

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