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Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras

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influencia a separação dos sexos, porém nas obras dos autores pesquisados por ela, são<br />

encontrados el<strong>em</strong>entos que colocam a mulher <strong>em</strong> posição <strong>de</strong> sujeito.<br />

Nesse ponto, inclusive, po<strong>de</strong>mos constatar que o pensamento <strong>de</strong> Kristeva<br />

também é coinci<strong>de</strong>nte com o <strong>de</strong> Bourdieu, conforme vimos, uma vez que Bourdieu<br />

(2007) também indica que a i<strong>de</strong>ologia <strong>de</strong>fine os agentes segundo a divisão dos sexos, e<br />

que cada um po<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ve ser verificado enquanto sujeito.<br />

Kristeva (1974) verifica que os autores, apesar <strong>de</strong> manter<strong>em</strong> uma caracterização<br />

um tanto fetichista acerca das mulheres, <strong>em</strong> suas obras ainda trabalham muito b<strong>em</strong> com<br />

a estrutura social e familiar, pois a mulher acaba sendo <strong>de</strong>finida como sujeito, assim<br />

como o hom<strong>em</strong>. A autora constata que a or<strong>de</strong>m social e suas objeções estão colocadas<br />

enquanto metáforas do cotidiano social e dos probl<strong>em</strong>as que acompanham esse<br />

cotidiano.<br />

Embora ainda houvesse traços fetichistas atribuídas às mulheres (personagens<br />

f<strong>em</strong>ininas), elas seriam sujeito da história, assim como os <strong>de</strong>mais personagens: [...] une<br />

fois extrait du procès <strong>de</strong> la signifiance se condamme à s'enfermer dans une enceinte qui,<br />

pour le sujet, représent le corps <strong>de</strong> la mère et, pour la société, l'intransigeance d'une loi<br />

infranchissable 5 (KRISTEVA, 1974, p. 440). A autora menciona, então, que nos textos<br />

<strong>de</strong> Maldoror e Mallarmé são perceptíveis el<strong>em</strong>entos iguais ao da escrita f<strong>em</strong>inina. Dessa<br />

forma, Kristeva (1969) mostra a essência f<strong>em</strong>inina resgatada e representada pela autoria<br />

masculina, ou seja, a f<strong>em</strong>inilida<strong>de</strong> sendo retratada por meio <strong>de</strong> uma voz masculina, s<strong>em</strong><br />

diferenciação ou separação no que diz respeito à ênfase quanto à separação dos sexos:<br />

A la lecture du Tombeau d'Anatole, nours avons r<strong>em</strong>arqué une fhase<br />

féminine qui se place à l'intérieur du procès du sujet divisé par la<br />

rupture que lui inflige la mort, et qui consiste en une i<strong>de</strong>ntifications<br />

maternelles ou général<strong>em</strong>ent féminines du poète les constations<br />

socio-biographiques que nous avons pu faire plus haut sur la<br />

fétichisation <strong>de</strong> la f<strong>em</strong>me, nous sommes amenés à considérer sous un<br />

5 [...] uma vez extraído do processo da significância, con<strong>de</strong>na-se a si próprio a fechar-se <strong>em</strong> uma caixa<br />

que, para o sujeito, representa o corpo da mãe e, para a socieda<strong>de</strong>, a intransigência <strong>de</strong> uma lei<br />

intransponível.<br />

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