Dissertação completa - Programa de Pós-Graduação em Letras
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nouvel éclairage la position <strong>de</strong> la féminité dans le procès le l'écriture 6<br />
(KRISTEVA 1974, p. 599).<br />
Na mesma linha <strong>de</strong> pensamento, Hèléne Cixous apresenta igual concepção<br />
acerca da autoria masculina. Seu ensaio teórico La risa <strong>de</strong> la Medusa (1995), produzido<br />
na década <strong>de</strong> 70, v<strong>em</strong> nos dizer sobre a escrita f<strong>em</strong>inina <strong>em</strong> comparação com a escrita<br />
masculina. Em linhas gerais, a escrita f<strong>em</strong>inina propõe um pensamento que liberta a<br />
singularida<strong>de</strong> s<strong>em</strong> conceitos submetidos ao legado patriarcal, ou seja, a separação dos<br />
sexos ocorre com total alterida<strong>de</strong>. A escrita masculina evi<strong>de</strong>ncia o aprisionamento da<br />
alterida<strong>de</strong>, ou seja, o contrário, pois ela limita a igualda<strong>de</strong> e a separação das i<strong>de</strong>ologias,<br />
<strong>de</strong> modo que a i<strong>de</strong>ologia dominante, masculina, é colocada <strong>em</strong> posição superior à<br />
f<strong>em</strong>inina. Porém, segundo a autora,<br />
Hay excepciones. Si<strong>em</strong>pre las ha habido, son esos seres inciertos,<br />
poéticos, que no se han <strong>de</strong>jado reducir al estado <strong>de</strong> maniquíes<br />
codificados por el implacabe rechazo <strong>de</strong>l componente homossexual.<br />
Hombres o mujeres, seres complejos, flexibles, abiertos. Admitir el<br />
componente <strong>de</strong>l otro sexo les hace a la vez mucho más ricos, varios,<br />
fuertes y, en la medida <strong>de</strong> esa flexibilidad muy frágiles (CIXOUS,<br />
1995, p. 43).<br />
Assim como Kristeva, Cixous (1995) diz que <strong>de</strong>terminadas escrituras<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> sexo. Ela acredita que tanto homens quanto mulheres produz<strong>em</strong><br />
ativida<strong>de</strong>s literárias <strong>de</strong> escrita f<strong>em</strong>inina:<br />
6 Da leitura do Tombeau d’Anatole, notamos uma fase f<strong>em</strong>inina que se localiza no interior do processo do<br />
sujeito dividido pela ruptura que lhe prenuncia a morte, e que consiste <strong>em</strong> uma i<strong>de</strong>ntificação com o non-<br />
sense, o ritmo, o nada [ou a negação]. Juntando a estas i<strong>de</strong>ntificações maternas ou geralmente f<strong>em</strong>ininas<br />
do poeta as constatações sóciobiográficas que pu<strong>de</strong>mos fazer sobre a fetichização da mulher, somos<br />
conduzidos a tecer consi<strong>de</strong>rações sobre um novo esclarecimento [uma nova iluminação] quanto a posição<br />
da f<strong>em</strong>inilida<strong>de</strong> no processo da escritura.<br />
(Tradução: Wagner Von<strong>de</strong>r Belinato).<br />
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