era fisicamente parecido, uma modulação mais sutil do mesmo <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> não ter<strong>em</strong> precisado <strong>de</strong> ninguém, p. 55-56. Observamos que, além <strong>de</strong>ssas características físicas, que não mostram o tipo <strong>de</strong> Pedro segundo um estereótipo grotesco, como realmente são suas características <strong>em</strong>ocionais e psicológicas, o narrador ainda faz uma contraposição entre os irmãos. D<strong>em</strong>onstra diferenças entre eles, e atribui a Pedro características típicas da violência simbólica, já que escondia <strong>de</strong> todos sua índole dominadora. V<strong>em</strong>os também que o narrador ainda põe <strong>em</strong> evidência a herança provinda <strong>de</strong> José. Pai e filho eram iguais, até mesmo nas características físicas, ou seja, esses personagens possu<strong>em</strong> um elo, o elo que Pedro não teve com a irmã, que era sua gêmea, mais uma ironia apresentada pelo narrador. Des<strong>de</strong> o início já é apresentada uma divergência entre as características dos irmãos, e segue pelo mesmo caminho a construção das outras personagens. O f<strong>em</strong>inino e o masculino são marcados com características diferentes. Para as personagens masculinas Pedro e José, a dominação é evi<strong>de</strong>nte, <strong>de</strong>monstrada pela violência simbólica. Ana está no patamar dos dominados, assim como Fernanda no início, mas esta volta triunfante e cruza a linha para encontrar-se com Paula, a personag<strong>em</strong> que se liberta das amarras da i<strong>de</strong>ologia dominadora. Gabriel é o acompanhante <strong>de</strong> Paula, mas a ele também é, <strong>de</strong> certa forma, imposto o fracasso, pois vive sozinho, no exílio. Não teve a corag<strong>em</strong> <strong>de</strong> assumir seus sentimentos por Ana, o que resulta <strong>em</strong> unir-se a Paula, numa espécie <strong>de</strong> busca aos anseios não conquistados no passado. Observamos que todas as personagens passam pelo crivo do narrador, ou seja, todas são construídas <strong>de</strong> forma sedutora, pois não há nenhum estereótipo evi<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente marcado. São vozes que representam o universo <strong>de</strong> uma época i<strong>de</strong>alista, <strong>em</strong> transição, e <strong>de</strong> valores mais retrógrados, que certamente seriam ultrapassados com o <strong>de</strong>correr da História, como Fernanda, que é uma espécie <strong>de</strong> metáfora caricata do neoliberalismo. A busca pelos i<strong>de</strong>ais sócio-políticos constitui uma metáfora evi<strong>de</strong>nte <strong>em</strong> todas as personagens, inclusive no narrador, que <strong>de</strong>lineia seus aspectos como forma <strong>de</strong> incitar a dúvida e o questionamento. Em todo o texto observamos a forma com que essa personag<strong>em</strong>, o narrador, utiliza a sedução, conforme citamos, para construir as <strong>de</strong>mais personagens. E é com as particularida<strong>de</strong>s da construção <strong>de</strong> Paula que verificamos a voz do f<strong>em</strong>inino <strong>de</strong>scrita pelo 67
masculino, mas, ainda assim, com características f<strong>em</strong>ininas. É o que <strong>de</strong>linear<strong>em</strong>os, a seguir, no estudo da personag<strong>em</strong> Paula, segundo a voz do narrador Hel<strong>de</strong>r. 68
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