PACIENTE INTERNADO NO HOSPITAL, - Teses FIOCRUZ
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Campos (1995:60) ainda declara que, papa Mezomo (1980), “no atendimento da<br />
Pessoa Humana, no seu todo, (...) se encontram as ações de saúde, ética e<br />
moralmente corretas. Toda pessoa carente de saúde é, antes de tudo, uma pessoa,<br />
mesmo quando suas condições físicas e psíquicas o pareçam negar. Para ele, os<br />
profissionais da saúde devem ter uma conduta pautada pelos valores humanos e não<br />
apenas pelos valores técnicos e terapêuticos de seu agir”.<br />
Para Kaufmann (1996:718), “A qualidade das ‘redes institucionais’ está<br />
relacionada com a qualidade e a composição intersubjetiva das pessoas presentes,<br />
tanto ‘as que cuidam’ quanto as ‘que são cuidadas’ “. Mesmo internado, o sujeito<br />
conserva uma necessidade fundamental de autonomia, e busca no seu relacionamento<br />
pessoal, a garantia de um mínimo de liberdade e de independência. É esperado do<br />
Paciente que ele não só tenha que somente seguir normas, como também é desejado<br />
que ele participe na gestão da própria saúde. Os Profissionais de Saúde delimitam<br />
quais são os espaços nos quais ele pode (e deve) ser autônomo, e, assim, exercer um<br />
papel real nas decisões que lhe dizem respeito. Kaufmann (1996:715) destaca a<br />
“postura ética: somos ‘responsáveis pela responsabilidade do outro’, segundo a<br />
formulação de Emmanuel Levinas”.<br />
Segundo Kaës (1991:29), “vê-se aqui que não se trata exatamente de um pacto<br />
denegatório, mas de uma proteção contra o negativo. Essa proteção implica uma<br />
cooperação elementar: a presença da instituição, pela positividade dos seus<br />
constituintes, da função primária, dos seus dispositivos destinados a assegurar a<br />
permanência, o direito e a ordem, é em si uma proteção contra o negativo para os seus<br />
membros e para si mesma. Para si mesma: ela prova a si mesma ocupando-se com a<br />
vida dos seus membros. É por isso que a exclusão da instituição ou a destruição da<br />
instituição nos confronta com a morte”.<br />
Como sabemos, a lei vem justamente para impedir de experimentar a liberdade.<br />
Esse poder muitas vezes perpassa condutas instituídas que abdicam o sujeito de sua<br />
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