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PACIENTE INTERNADO NO HOSPITAL, - Teses FIOCRUZ

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Por exemplo, a Mãe Glória, que retrata a melhora do filho principalmente com a<br />

internação: “Estou achando que ele está bem, melhor que na casa dele. Aqui tem<br />

remédio na hora certa, em casa ele não toma, não tem quem obrigue ele a tomar, fica<br />

na rua , fica abatido. Aqui ele está bem mesmo... Tem pessoa que acha que está<br />

doente e acha que tem que relaxar, aí é que tem que se cuidar mais ainda... No caso<br />

dele, eu achei melhor com a internação. Não é bom, mas se é preciso. Em casa não<br />

tem tratamento exato como no hospital. Tem apoio, médico na hora certa, medicação”.<br />

Esse apoio demandado inconscientemente pelo Paciente é primário visto o forte<br />

sentimento de abandono em sua história de vida. Detalhadamente contado por sua<br />

mãe, cujo filho, depois de ela se separar do marido, fora morar com o pai. [ O seu pai<br />

vem a falecer poucos meses após saber da doença do filho ]. A nova companheira dele<br />

[ do seu pai ] não se conforma com o diagnóstico do enteado. Nesse momento da<br />

internação, a presença da mãe ao seu lado, ajuda-o a sustentar essa dor, ao tentar<br />

recriar seus laços primários, primeiros.<br />

“Paciente que teve privações na infância ou por nunca ter se desenvolvido com a<br />

atenção dos outros, usará a doença como um meio para obter atenção... Quando esses<br />

enfermos se sentem mais valorizados e amados, podem tornar-se menos exigentes<br />

começando a ser até mesmo estimados...”, segundo Stedeford (1986:95).<br />

Enfermeira Luisa fala de sua experiência: “pessoas não se policiam para não<br />

serem tão frias, técnicas. Tem paciente que está no leito, seis pessoas chegam e<br />

começam falar coisas técnicas e ele não entende nada. Às vezes pessoas pensam que<br />

têm coisas mais graves, mais sérias... Teve um paciente, falei: vamos tá na hora do<br />

exame (tomografia). Paciente começou a chorar. [Ele falou] Será que eu volto? Que<br />

iam cortar, que iam ver por dentro. [Perguntou-lhe] O senhor não sabe o que é?”. Outro<br />

exemplo do que o Paciente imagina quando não lhe são esclarecidos suas dúvidas foi o<br />

relato de um Paciente internado:“pensei que precisaria amputar o meu pé, de tão ruim<br />

que ele estava. O que eu já tinha gasto de dinheiro com remédio que não adiantou em<br />

nada... Pedi ao Doutor pra falar pra mim, que eu queria ser o primeiro a saber...<br />

Tiraram o açúcar, pensei que fosse diabético. Aí me explicaram que era por causa da<br />

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