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PACIENTE INTERNADO NO HOSPITAL, - Teses FIOCRUZ

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cansado, por ter dado ou ter que dar um plantão, para estudar, e com isso é<br />

complicado manter relacionamento. Para o outro é difícil entender isso. Tem o<br />

grupo de solteironas, ninguém nunca se arruma com ninguém, vai se habituando<br />

com situação. Mais emprego, mais dinheiro, inscrição em congressos, necessita<br />

comprar livros muitos são caros. Desse jeito, quanto mais vai construindo a vida,<br />

mais difícil botar alguém dentro de casa mais do que se estivesse em outras<br />

condições. Fadado a uma solitária”.<br />

“Aqui não é só hospital, é um hospital - escola. Tinha aquela coisa passada<br />

de ser só hospital. Vejo-me em determinadas situações do trabalho que tem<br />

extensão em minha casa. Levo o meu trabalho para casa. Como que o trabalho<br />

faz parte de mim”.<br />

“Conversando com uma pessoa, ela disse que jamais faria medicina por<br />

verem as pessoas morrerem. Medicina pensam em cadáver, mas as pessoas<br />

morrem. Com a questão da morte para mim não fico frustrado, desesperado, crio<br />

defesa para não sofrer com isso. Sofro mais com o doente que está vivo,<br />

padecendo, do que aquele paciente que só está morrendo. Estar com dor,<br />

sofrendo, isso para mim é pior. Isso reflete no meu relacionamento. Relaciono com<br />

pessoa HIV positiva, e ela não se trata. Sinto-me completamente impotente. Esse<br />

é um tipo de sofrimento na minha vida. Não sofri tanto com a morte do meu pai, do<br />

que com a da minha mãe. Depois que a minha mãe morreu fiquei morando com<br />

minha tia. Meu pai trabalhava com o comércio e não tinha como ficar comigo”.<br />

“O melhor momento da internação depende do dia, tem dia que estou super<br />

a fim de sentar com o paciente e conversar com ele, colher sua história. A hora<br />

que vão embora, da despedida. Quando o doente chega. Por exemplo, quando<br />

estava como residente na clínica médica, o carinho que os pacientes criaram<br />

comigo. Despedida é bom, te emociona, oram por você. Tive uma paciente que<br />

quando veio se despedir me deu uma xícara que ganhara de um casal estrangeiro<br />

com quem trabalhara muitos anos. Outra paciente disse que iria orar por mim, e<br />

eu pedi para o meu amigo. E quando a encontro ela pergunta como ele está. Pior<br />

momento na internação não sei”.<br />

“O que poderia ser feito? Responder na bucha é complicado. Isso é tão<br />

individual. Procuro exigir disso, nas minhas atividades. Procuro ajudar, trago as<br />

receitas prontas, desde essas coisas pequenas até junto com paciente internado.<br />

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