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PACIENTE INTERNADO NO HOSPITAL, - Teses FIOCRUZ

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ficarmos mais confortáveis. Ele sugeriu então seu quarto. No caminho para o seu<br />

quarto, disse: “lá realmente era melhor, pois tem água, televisão, não posso<br />

oferecer mais porque ali não dava pra ter, e já tinha vindo o almoço” ].<br />

[Chegando em seu quarto]<br />

“Será que te interessa essa história? Eu estou me sentindo um governador<br />

dando entrevista para uma jornalista!”.<br />

“Acho que foi mandado por um travesti baixo mesmo. Eu estava em casa<br />

vestida com uma camisa comprida e uma calcinha. Falei que estava de saia curta<br />

mas não estava.E chegaram dois caras meio estranhos e um deles perguntou se<br />

ali morava a Bete Preta, e o outro disse que a conversa estava demorada e disse<br />

que era uma assalto. Comecei a me atracar com um deles. Quando vi que o outro<br />

foi sacando a arma, comecei a correr. Uma colega já tinha me dito que, quando<br />

tentassem atirar em você, sempre correr em zig-zag, que é mais difícil de acertar o<br />

tiro, e mesmo assim eles já tinham dados uns tiros, aí pensei: vou fingir de morta,<br />

era o único jeito. Tinha uma árvore, segurei no galho e caí como se tivesse<br />

morrido, e aí eles param de atirar e falaram: serviço feito! Na hora você não<br />

sente nada, porque o sangue tá quente, mas quando o sangue esfria... Mas via o<br />

sangue escorrendo, cheio de sangue no corpo inteiro. Voltei para dentro da casa,<br />

e as duas amigas, que estavam em casa quando eles começaram a atirar, falaram<br />

não faz isso com ela não, eles partiram pro lado delas e elas saíram correndo e se<br />

esconderam atrás do armário. Quando voltei disse para elas que eles já tinham ido<br />

embora, e que eu precisava de ajuda. Elas responderam que não queriam sair na<br />

rua e encontrar com eles e eles saírem atirando de novo. Falei que não podia<br />

esperar, que eu estava ferida. Fui saindo pela rua e encontrei um colega, que<br />

achavam que ele era maluco, mas foi ele quem me ajudou. Ele perguntou como<br />

estava Valeska, uma outra amiga travesti que tinha levado tiro, repondi que ela<br />

estava melhor que eu, pois ela estava já se recuperando e eu estava precisando<br />

ser socorrida que tinha levado muitos tiros. Próximo dali tinha uma Delegacia de<br />

Polícia. Chegando lá esse meu amigo foi pedindo ajuda, e ele disse que tinham<br />

atirado na namorada dele. Eu estava com silicone nos seios, sobrancelha fina,<br />

loira, parecia quem olhasse mulher mesma, só faltava a cirurgia da Roberta<br />

Close, cortar mesmo. Quando ele falou isso , um policial falou: “deixa, rapaz,<br />

dessa safadeza”. O meu amigo falou que ele só estava pedindo ajuda, e ele não<br />

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