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PACIENTE INTERNADO NO HOSPITAL, - Teses FIOCRUZ

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“Quando entrei, o plantão era muito desfalcado. Não podia dar atenção<br />

maior. Não tinha colega para te ajudar. Agora o plantão está mais completo. Sabe<br />

que vai iniciar uma tarefa e vai vir uma colega pra te ajudar a terminá-la. Eu<br />

mesmo vim para completar plantão. Tinham muitas licenças médicas, muita<br />

sobrecarga. Melhorou com o pessoal da cooperativa. Independente de serem<br />

funcionários, eles fazem o serviço muito bem. Tem um enfermeiro para cada<br />

quarto. Quando tem paciente grave fica um enfermeiro só com ele como é no<br />

CTI”.<br />

“Tem paciente que não quero que venha a óbito no meu plantão. Quando<br />

acontece, dá aquela sensação e meus olhos enchem d’água. Não deixava lágrima<br />

escorrer. Vi uma colega chorar três vezes, fazendo o pacote. Ela chorava quando<br />

era paciente que tinha bastante tempo com a gente, e acaba se apegando. Os<br />

enfermeiros se dividem entre os pacientes, e quando a gente não está com aquele<br />

paciente que já atendemos, mesmo assim a gente vai ver como ele está”.<br />

“Já fui entrevistada por uma enfermeira da Ana Neri, foi a equipe toda da<br />

enfermagem. Acho interessante passar o que a gente acha do nosso trabalho.<br />

Estou com o tempo livre, não custa nada. São coisas que a gente costuma<br />

conversar, e se vê falando coisas que nem imagina”.<br />

“Se está no seu alcance fazer porque não procurar fazer melhor,<br />

principalmente a gente que lida com a vida da pessoa. Fazer o melhor e sem mau<br />

humor. Um dia, eu não estava mau humorada, entrei séria num quarto porque<br />

tinha um paciente difícil de lidar, estressado, e o outro paciente falou para mim<br />

uma coisa que não me lembro, o que foi, mas que ri. Ele me disse depois:<br />

consegui um sorriso seu. O paciente sente. Não me incomodo com o outro<br />

paciente, se ele se estressar, eu é que não vou me estressar com ele. Se eu<br />

entrar no mesmo ritmo que ele não dá certo. Teve um dia, um paciente que<br />

estava falando alto, e também ele queria falar. Ele tem filho pequeno, a família<br />

depende do sustento dele, trabalha por conta própria, autônomo, sem carteira<br />

assinada. Se ele vem num certo nível de agressão, tem que dar a resposta para<br />

ele de forma diferente e isso quebra ele”.<br />

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