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PACIENTE INTERNADO NO HOSPITAL, - Teses FIOCRUZ

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Temos mais atritos com a nutricionista para liberar a comida para acompanhante,<br />

a família geralmente não tem como arcar. Briga, discute e acaba liberando. Briga-<br />

se com a vigilância que não quer liberar a subida do acompanhante, da família.<br />

Os médicos e outros profissionais sentem incomodadas da família estar presente,<br />

estranham muito, acham chato porque eles reclamam e tomam conta de tudo. O<br />

médico vê custo e benefício. Custo maior quando a família está presente. Para<br />

eles, não tem coisa mais chata que a família não entender, quererem o melhor,<br />

acharem sempre que o que está sendo feito não é o melhor. Com a presença da<br />

família, a equipe é chamada três vezes mais, e isso é chato, a gente reclama,<br />

como uma pessoa que está vigiando, que incomoda. Aqui aprendemos a lidar<br />

com isso. Como parceiro seu, que ajuda. E pede desculpa”.<br />

“Perguntam o porquê ao Doutor, que é quase Deus, alguns enfermeiros<br />

também sentem-se assim, não sabem como responder o que família quer saber.<br />

Perguntam sobre o diagnóstico, se o paciente vai ficar bom, se vai melhorar, se<br />

vai morrer, se está grave, se vai sair vivo, dá impotência”.<br />

“Como uma pessoa, uma família, que não sabe ler nem escrever, tá<br />

perguntando coisas que um médico, a equipe não sabe responder? A família<br />

pergunta sempre mais. O paciente é mais passivo, se está sentindo dor, quer que<br />

passe e acabou, quer se sentir melhor. A família quer saber porque sentiu dor, se<br />

for pra casa, se vai sentir de novo, e o que a família vai fazer. Treina como cuidar<br />

da pessoa quando ela for para casa, conversa com família, como cuidar antes de<br />

ir para casa. No caso de ter que usar luvas, a família vai ter condições de<br />

comprar? E o hospital não pode dar. Teve um caso de um paciente com Aids,<br />

urinando e evacuando, morava na favela Uga Uga, a família paupérrima, ele tem a<br />

mulher e filho de quatro anos, a sua mulher trabalhava, eles vão se mudar para<br />

casa da mãe do paciente, que também trabalha fora como doméstica, eles não<br />

têm condições de comprar fraldas, jontex, luvas descartáveis, paciente com<br />

escaras, precisava de curativo. Para mim este paciente precisava socialmente<br />

do hospital, era indicação para assistência domiciliar, ainda não temos. Ele<br />

precisaria de uma casa de apoio, a mãe e a mulher não caíram na real como<br />

fazer. Ele tem dificuldade de engolir, como fazer para engolir os comprimidos. A<br />

mulher dele disse que ele já foi para casa antes. Mas eu acho que não como ele<br />

está agora, sem andar. A família e o paciente não caíram na real. Não custa três a<br />

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