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PACIENTE INTERNADO NO HOSPITAL, - Teses FIOCRUZ

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Há Profissionais intimamente envolvidos e realizados com seu trabalho como<br />

relata a Enfermeira Luisa: “não consigo me imaginar fazendo outra coisa”. O Médico<br />

João: “não sou cara distante, beijo, abraço meus pacientes estou absolutamente<br />

disponível, sempre pronto a recebê-lo. Entendem quando não posso atendê-lo, quando<br />

tem reunião, ou atendo-os imediatamente”.<br />

O Paciente Paulo comenta uma das características implicadas no envolvimento:<br />

“só te acompanha quem gosta de você. Eu escolhi ele [o acompanhante]”. Stedeford<br />

(1986:95) assevera que “a regressão, quando acompanha a incapacidade física,<br />

presta-se a ser fonte de satisfação para o grupo, (paciente e parentes ou enfermeiros).<br />

O paciente pode gostar de ter seus cabelos escovados e sua face gentilmente lavada,<br />

quando ele atinge um estágio onde seus braços doeriam, se ele fizesse isso sozinho.<br />

Os parentes que fazem estas tarefas talvez apreciem a nova intimidade e sua própria<br />

capacidade em dar conforto físico para a pessoa a quem querem bem”.<br />

A internação acarreta separações e cortes em suas ligações afetivas com o<br />

mundo. Para Campos (1995:42), “a doença impede o indivíduo de trabalhar, de se<br />

divertir, tira-o do convívio familiar e dos amigos, isola-o. Ninguém sentirá o que ele<br />

sente. A doença provoca, precipita ou agrava desequilíbrios psicológicos, quer no<br />

paciente, quer na família“. E a identificação tem processos de retro-alimentação, de<br />

idas e vindas, que a doença dificulta.<br />

Os Profissionais de Saúde estão sobrecarregados com atividades burocráticas,<br />

ocupando a maior parte do tempo, o que o distancia cada vez mais do cuidar do<br />

paciente. O que realmente lhes cabe está sendo visto como o excesso. Sem esta<br />

função, ele deixa de existir, pois sem o cuidar do Paciente, o funcionamento desta<br />

instituição não teria sentido. Esta inversão de valores acarreta um desgaste físico e<br />

emocional manifestados nos comportamentos de irritabilidade, de depressão, de<br />

impaciência, de indiferenças pela Equipe de Saúde e projetados no paciente, que<br />

absorve todo o sentimento de culpa como o lugar do causador de todo o sofrimento do<br />

outro. O profissional sente-se tão doente quanto o paciente, identifica-se com ele.<br />

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