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PACIENTE INTERNADO NO HOSPITAL, - Teses FIOCRUZ

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vezes é vivida não só pelos Pacientes, mas também pelos Familiares e pela Equipe de<br />

Saúde. O Hospital é um lugar de tratamentos e de contaminações. Todos ficam<br />

expostos a infecções e a cuidados.<br />

Entre a dependência e o acolhimento, há a invasividade e a proteção. Como se<br />

somente com o risco desse maltrato o filho poderia ter a chance de ficar bom.<br />

“Somente há salvação onde há riscos” (Heidegger, 1990). Observamos isso, quando<br />

Maria relata o pânico diante de um medo real, dizendo: “...gostei porque meu filho<br />

melhorou, mas também maltrataram ele [corre lágrima]. Furaram muito ele, até<br />

pegaram no pescoço, aqui [aponta]. Chegou a pesar três quilos e quando ele internou<br />

estava com oito quilos. Fiquei em pânico”. Paciente José relata: “botaram sonda a<br />

sangue frio, senti uma dor, e o enfermeiro me disse que era para superar a outra dor<br />

que estava sentindo”. Determinadas condutas são realizadas nos hospitais por serem<br />

necessárias, entretanto poderiam ser feitas de outra maneira menos árdua?<br />

O paciente solicita a presença Profissional de Saúde ao seu lado, mesmo que o<br />

maltrate, mas não o abandone. Sado-masoquismo? Kaufmann (1996:322) afirma:<br />

“Krafft Ebing propôs, em 1886, o termo masoquismo para caracterizar uma conduta<br />

sistemática de busca de prazer na condição de vítima sofredora...”.<br />

Durante a internação, na maior parte do tempo,os Profissionais de Saúde<br />

decidem pelo paciente e na alta reverte a situação tão brutalmente que ele tem a<br />

impressão de estar sendo banido. Observamos isso, por exemplo, na fala de um certo<br />

paciente internado: “o médico falou que deve me mandar embora amanhã”. Há casos<br />

também de pacientes apresentarem sintomas relacionados ao rompimento com os<br />

laços recriados na internação, e ao retorno para sua casa ansiosamente esperada. Por<br />

exemplo, o caso de uma paciente que, quando soube da alta, apresentou febre pela<br />

ansiedade de voltar para casa. E, quanto mais longa a permanência no hospital, mais<br />

difícil se tornará a alta, momento em que o Paciente estará rompendo novamente seus<br />

vínculos.<br />

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