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PACIENTE INTERNADO NO HOSPITAL, - Teses FIOCRUZ

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4 – SEPARAÇÃO: A MORTE EM VIDA<br />

Os Profissionais de Saúde e de ajuda atendem melhor os chamados dos<br />

Pacientes quando exercitam sua função de escutar o tamanho, a dimensão e a<br />

intensidade de sua dor, sem o julgamento e valorização a priori. A partir do momento<br />

em que o Profissional de Saúde reconhece que a hospitalização para o Paciente é mais<br />

uma situação de perda, de morte das coisas do Paciente e das suas próprias mortes, e<br />

coloca-se no lugar do outro, estará abrindo mão de seu narcisismo e crescendo para a<br />

vida. O Médico João comenta: “assumia o plantão, e me apresentava a todos os<br />

pacientes . [Pensam os pacientes] eu sei quem está zelando por mim aquela noite,<br />

minimizando aquela noite. E para mim, quando a enfermeira falava do paciente<br />

passando mal, eu já sabia quem era, já sabia, porque já conhecia os pacientes. [Os<br />

pacientes] Não guardavam o nome, importante a visualização de alguém. Quando já<br />

conhecia, levava mais cinco minutos de papo, minimizava, ótimo”.<br />

A perda do Paciente para o Profissional de Saúde tem suas repercussões, como<br />

relatou a Enfermeira Claudia: “chorei muito, quando paciente se jogou pela janela.<br />

Deprimido com várias histórias de suicídio, emergência. Foi só a enfermeira sair e se<br />

jogou, no quarto mesmo. Aqui, foi a primeira internação. Família largou na emergência<br />

e foi embora. No outro serviço cirurgia vascular. [O paciente] Retirou as duas pernas.<br />

Mandei com pernas, vem sem pernas, chorei muito”. Para Kovács (1996:15),<br />

“estudar a separação é estudar a morte em vida, eclosão da morte psíquica. Segundo<br />

Caruso (1986) [Caruso, I. (1986) – Separação dos amantes: uma fenomenologia da<br />

morte. São Paulo, Diadorim / Cortez], a dor vivida na separação é uma dor narcísica,<br />

dor de uma ferida do próprio ser. Caruso denomina a separação como uma catástrofe<br />

do Ego, por causa do desespero que pode se instalar, medo do próprio ser que pode se<br />

sentir ameaçado, se sentir morrendo com o outro”.<br />

Kovács (1996:14-15) observa que “a separação é a perda entre vivos. É<br />

preciso matar o outro dentro de si, morrer para o outro, sem nenhuma morte efetiva,<br />

embora o desejo possa estar presente, tanto da própria morte, como da do outro, dentro<br />

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