PACIENTE INTERNADO NO HOSPITAL, - Teses FIOCRUZ
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Conforme Clare Winnicott (1994:37), a “regressão é também um termo<br />
conveniente para o uso na descrição do estado de um adulto ou de uma criança na<br />
transferência (ou em qualquer outro relacionamento dependente), quando uma posição<br />
avançada é abandonada, restabelecendo-se uma dependência infantil. Tipicamente,<br />
uma regressão desta espécie se dá da independência para a dependência. Neste<br />
emprego do termo, o meio ambiente se vê indiretamente incluído, uma vez que a<br />
dependência implica em um meio ambiente que atenda à dependência”,<br />
Somos muitas vezes, em determinados momentos, colocados no lugar de<br />
mortos-vivos, pois passamos por situações vividas como morte, morte do outro dentro<br />
da gente, e deixamos nossa identidade para sermos uma outra identidade. Todos<br />
estamos atrelados, internados às instituições que buscam a descentralização da<br />
subjetividade do sujeito, mesmo sendo ele beneficiário e integrante dela.<br />
Em (quase) tudo o paciente internado precisa ou depende da autorização do<br />
outro. Por outro lado, constantemente, a instituição também solicita ao paciente<br />
constantemente a manutenção desse tipo de relação. A responsabilidade sobre os<br />
cuidados do Paciente fica por conta do hospital sendo este o custo da perda de sua<br />
autonomia e de sua possível melhora. Essa redução da autonomia deve ser<br />
freqüentemente avaliada, principalmente pelos Profissionais de Saúde, para que não se<br />
recaia nem na total dependência nem no total desamparo, mas numa proximidade e<br />
distância necessárias na relação hospitalar, alcançando-se assim, a ajuda e o<br />
acolhimento. Assim esperamos continuar fazendo mérito a essa nossa<br />
responsabilidade.<br />
Boff (1999:34) refere que “sem o cuidado, ele deixa de ser humano. Se não<br />
receber cuidado, desde o nascimento até a morte, o ser humano desestrutura-se,<br />
definha, perde sentido e morre”. A Auxiliar de Enfermagem Vera conta que uma<br />
Paciente comenta com ela “eu entrei aqui grave. Já como sozinha. Você está<br />
conversando comigo, estou aliviada’. É importante ouvir, quando o paciente quer, tem<br />
alguns fechados. Ela estava deprimida, chorando. Você cuida do paciente, dá<br />
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