PACIENTE INTERNADO NO HOSPITAL, - Teses FIOCRUZ
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mesmo. Quando recebia o salário da residência, ia comer fora. Odiava a comida<br />
do hospital, sem sal, bom para o paciente para ajustá-lo melhor que com ele em<br />
casa, compensá-lo na bagunça dele”.<br />
“O que funciona bem é o desfecho final, internou com insuficiência cardíaca<br />
e sai compensado. Internou e teve um desfecho final bom. O caminho que é o<br />
problema, que pode ter sido um caminho tranqüilo ou superalterado. Internado<br />
com permanência, o caminho que é problema, complicações. O que ainda é bom<br />
são os resultados, intermediados por ações do hospital que podem ser<br />
minimizadas. Sabe que podem acontecer e se esforçar para que essas<br />
complicações sejam infreqüentes”.<br />
“Paciente com gânglios na barriga, ela foi aberta e não levou o gânglio para<br />
biopsia, alguém errou no caminho. O paciente com tuberculose disseminada fica<br />
dez dias a mais internado, o meio do caminho é da maior responsabilidade, quem<br />
tá evoluindo no processo é quem se responsabiliza. Aqui ainda é um dos<br />
hospitais melhores do Rio de Janeiro. Poderia de alguma forma minimizar isso. Se<br />
as pessoas ficassem mais atentas, com mais garra, de maneira mais regrada.<br />
Sabe que todo material tem que ser encaminhado, ninguém foi delegado, são<br />
delegadas funções. Papéis não ficam claros”.<br />
“Pela equipe que assume o plantão, eu tenho como saber se o plantão seria<br />
tranqüilo, sem surpresas, e não pelo paciente tranqüilo. Eu assumia o plantão, e<br />
me apresentava a todos os pacientes. Paciente pensa: eu sei quem está zelando<br />
por mim aquela noite, minimizava-o aquela noite. E quando a enfermeira me<br />
chamava e falava do paciente passando mal, eu já sabia quem era, porque já<br />
conhecia os pacientes”.<br />
“Mesmo que os pacientes não guardassem o meu nome, importante era a<br />
visualização de alguém (do doutor). Quando já conhecia os pacientes levava mais<br />
cinco minutos de papo, quando assumia o plantão, minimizava é ótimo”.<br />
“Eu sou chorão. Só com o anúncio do gelol, não basta ser pai, já choro. Na<br />
morte de paciente queridos. Teve uma situação interessante três semanas diretas<br />
com pacientes gravíssimos, seis pacientes, toda hora morria um, não chorei uma<br />
vez, encarava como uma pedra. Vindo aqui para o hospital para dar plantão, no<br />
aterro do Flamengo, pessoa fazendo sinal, um carro havia acabado de capotar,<br />
desci, pensei vou ajudar esse cara, cinco caras viraram o carro. O motorista<br />
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