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PACIENTE INTERNADO NO HOSPITAL, - Teses FIOCRUZ

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Morremos várias vezes, mas não definitivamente e continuamos a viver com estes<br />

significados adquiridos”.<br />

A palavra do médico, até quando não tem mais nada a ser feito, tranqüiliza a<br />

família, não a deixa com sentimento de culpa, como se pudesse fazer algo que não foi<br />

feito, impotência por não salvar o outro e também por ser sobrevivente. Relata o Médico<br />

João uma situação: “A família querendo levá-lo para o hospital, e ele morrendo, falei:<br />

Calma, acabou! Não tem volta! Família inteira descansou”. Julia Kristeva (1994:194) “O<br />

temor da morte dita uma atitude ambivalente: imaginamo-nos sobreviventes (as<br />

religiões prometendo a imortalidade), mas a morte, mesmo assim, permanece a inimiga<br />

do sobrevivente e ela o acompanha em sua existência. Espectros e fantasmas<br />

representam essa ambigüidade e povoam com sensações sobrenaturais os nossos<br />

confrontos com a imagem da morte”.<br />

Os Pacientes buscam e querem ser personalizados nos atendimentos. Médico<br />

João fala do que ameniza a internação: “presença constante, por eu conhecer nome, e<br />

estou sempre presente, pedem a mim, por reconhecê-lo...”<br />

O Médico João acrescenta: “fazer com que o paciente entenda, saiba, que<br />

participe da doença, o que a gente faz com paciente de ambulatório. Quando tem esse<br />

tipo de postura diante de um aluno, residente, vê que o seu aprendiz absorve o seu jeito<br />

de falar com paciente. Médicos na minha formação, tive formas avessas dessa<br />

maneira, como eu não queria ser. Tento mostrar o que gosto, como deve ser. Não de<br />

cima para baixo. Percebo que ele pegou certas coisas, ponto de vista ético. Mais difícil<br />

com os colegas, a coisa está mais sedimentada, é mais quando a coisa se<br />

construindo”. Kaës (1991:05) coloca: “A descoberta da instituição não é apenas a de<br />

uma ferida narcísica, é também a dos benefícios narcísicos que sabemos tirar das<br />

instituições, e preços variados, que apenas começamos a avaliar”.<br />

Segundo Pinkus (1988:120), “quanto o problema da morte, é um “tabu” para os<br />

profissionais da saúde, fica claro pela tentativa de eliminar esta palavra do vocabulário<br />

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