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PACIENTE INTERNADO NO HOSPITAL, - Teses FIOCRUZ

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“Será que ele vai agüentar tudo isso, será que é viável, será que não é<br />

viável. Tem situações que tem que dizer sinto muito perdi, não vou ser super-<br />

homem, fiz o que pude, a doença foi mais forte que a gente. Não só a Aids, mas<br />

também outras doenças infecciosas não se cura, se controla. Quando era interno,<br />

grande parte das doenças infecciosas não tinham cura. O estudante, o cirurgião<br />

tem aquela idéia de cura. Nenhuma especialidade tem cura, não tem solução pra<br />

tudo, nem na infectologia”.<br />

“No início, quando via paciente de Aids, tinha uma sensação maravilhosa,<br />

eu sabia mais que os meus professores antigos, eles não queriam saber de<br />

atender Aids, doença de homossexual, um monte de barreira, isso fazia com que<br />

os médicos mais jovens tivessem mais conhecimentos que os mais antigos.<br />

Sempre gostei de doenças infecciosas, queria fazer isso. No momento que se<br />

forma em doenças que não tem cura, anos e anos onde a vitória ainda é dela, da<br />

doença, e chega um paciente e diz que ainda vai me aposentar”.<br />

“Antigamente fumantes, maconheiros, alcóolatras, relaxavam com relação à<br />

perspectiva de vida. Hoje eu sou mais agressivo, digo pra eles que não tem graça,<br />

portador de Aids morrendo de câncer do pulmão, ou enfarte de miocárdio. Hoje o<br />

tempo inteiro, falo para os pacientes de fazer exercício, de cuidar da obesidade,<br />

do colesterol alto”.<br />

“Eu faço tudo para os pacientes não internarem, se posso fazer antibiótico<br />

por boca, ou se precisar tomar na veia e ir embora, coloco-me a disposição para<br />

os exames complementares e ir embora. Pois uma tomografia que é marcada<br />

daqui a três meses no ambulatório, e tinha que fazer para próxima semana, então<br />

interno. Atualmente, no meu ambulatório, pouquíssimos pacientes vivenciam a<br />

internação. Vejo na internação, o paciente afastado de tudo dele, cama, roupas,<br />

família, televisão, ambiente, comida da casa dele, coisas pessoais, aqui ele fica<br />

sujeito às coisas do hospital, comida, roupa, a televisão que pega mal, acho que<br />

não pode ser mal, a hotelaria não é boa, ele não está indo para um SPA,<br />

visualmente o hospital é feio. Afasta ele de uma coisa que ele está acostumado,<br />

cercado por auxiliares de enfermagem que ganham mal, trazem para o hospital o<br />

mau humor, os médicos assistentes que têm que se dividir pois tem muitos<br />

pacientes para atenderem e não podem dar maior atenção a todos. Este é um<br />

lado da balança, outro lado é quanto à doença e o benefício da internação, se<br />

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