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PACIENTE INTERNADO NO HOSPITAL, - Teses FIOCRUZ

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perder o amor do outro é todo tempo sentido pelo Paciente, que se sujeita a tudo para<br />

manter o Profissional de Saúde e a Família perto dele.<br />

Freud coloca no “Mal estar da civilização” que a necessidade de religião do<br />

homem nasce de sentimentos de desamparo (1930). Percebemos tanto nos Pacientes<br />

quanto nos Profissionais de Saúde esse sentimento de desamparo e a proporcional<br />

busca da religião. O Médico Pedro comenta que, na sua história de vida, foi<br />

subestimada a questão da morte e tem a espiritualidade dentro dele: “eu pedi para fazer<br />

a primeira comunhão mais cedo, 7 anos. Muito apego às coisas religiosas até hoje<br />

tenho”.<br />

O Paciente e sua Família sentem-se inseguros e abandonados diante da<br />

situação de descaso do outro com o seu sofrimento. Relato da Esposa que<br />

acompanhava o marido internado: “um dia na hora da visita, meu marido estava<br />

passando mal e eu falei para uma enfermeira, e ela fingiu que nem ouviu, nem se<br />

levantou, a outra é que foi ver. [A outra enfermeira que foi vê-lo] Respondeu que ele<br />

não estava com febre e sempre tem isso. Até que chegou uma outra enfermeira e veio<br />

ver e falou que não, que ele estava tendo uma crise bacterisseminada, estava com<br />

febre, e era a primeira vez”. A dor e o sofrimento fazem parte da rotina da instituição,<br />

que até se acostuma com ela. Quando o Paciente e sua Família têm seu chamado bem<br />

identificado pelos Profissionais de Saúde, ameniza-se essa preocupação que lhe<br />

consome grande energia. “Essas condições – imaturidade, doença e velhice – trazem<br />

consigo a dependência. Segue-se que é necessário haver confiabilidade”, Winnicott<br />

(1996:23).<br />

Valadares (2000:88) considera que “o corpo do homem atual é possuído de<br />

presenças, seduzido por uma espetacularização despedaçadora que não lhe oferece<br />

possibilidade de novas propostas, novas sínteses. Não encontramos, nos locais de<br />

convívio, presenças que possam acolher/sustentar novos projetos de vida. Como pode<br />

um homem não sustentado sustentar o mundo em sua solicitação tão diversa? O<br />

abandonado só pode ser solidário se existirem utopias de acolhimento. A sustentação<br />

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