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PACIENTE INTERNADO NO HOSPITAL, - Teses FIOCRUZ

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Nesse novo território, individualidade e singularidade são também elementos<br />

constitutivos, mas não suficientes, da realidade dos fenômenos intersubjetivos. Cabe a<br />

interação, em “acoplamento estrutural” (Maturana e Varela) desencadear os “processos<br />

auto-organizadores, característicos dos seres vivos”. O Médico Pedro assim dá conta<br />

dessa experiência: “...cada vida é uma vida... A gente aprende muito mais com história<br />

de cada um. Sabe detalhe de vida de cada um”. O corpo que cuida e o corpo que<br />

solicita o cuidado entrecruzam-se em histórias e detalhes que se complementam, se<br />

contradizem e se reorganizam sob a óptica do paradoxo da morte e da vida.<br />

A complexidade de tal explicação pode se encontrar na própria diversidade e<br />

riqueza dos seres humanos. Para Castiel (1994:189) “a grande dificuldade reside na<br />

abordagem da dimensão singular do humano (e de seu adoecer), pois esbarra-se em<br />

problemas extremamente intrincados... Há ordens internas e profundas em que há<br />

emergências da dimensão intrapsíquica humana, em que pode tanto gerar uma obra de<br />

arte como co-participar na produção de uma doença.”<br />

A Auxiliar de Enfermagem Vera: “Pra [explicar] medicação, a gente nem sabe,<br />

são tantas medicações. Paciente que é mais observador, querem saber, outros nem<br />

querem saber, são mais desligados. Tem paciente que está internado há muito tempo,<br />

não controla o que está tomando, nem porque não veio naquela hora. Têm outros que<br />

são mais atenciosos. Outros não perguntam porque às vezes é mais fácil deixar<br />

responsabilidade para enfermagem, eles que sabem que a gente toma conta.<br />

Atenciosos, medo de não fazer, medo de dar errado, às vezes muda a cor da<br />

medicação, porque muda o laboratório, ficam com medo de dar coisa errada a<br />

medicação... Cada dia aparece doença nova. Enfermagem é muito ampla, não pode<br />

ficar parada se não você se perde”.<br />

Castiel (1994:190) assegura que “...apesar de encerrar noções bastante próximas,<br />

é preciso distinguir individualidade de singularidade... Conforme Morin, “a singularidade,<br />

a originalidade, a diferença constituem uma última dimensão da individualidade viva e<br />

essa dimensão, certamente necessária, é inteiramente insuficiente para dar conta do<br />

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