13.05.2013 Views

PACIENTE INTERNADO NO HOSPITAL, - Teses FIOCRUZ

PACIENTE INTERNADO NO HOSPITAL, - Teses FIOCRUZ

PACIENTE INTERNADO NO HOSPITAL, - Teses FIOCRUZ

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Ainda o Médico João: “carinho, não na cabeça, de segurar na mão, sempre<br />

presente, algumas vezes fiz paciente morrer em casa. Paciente não tem mais o que<br />

oferecer, estar com as coisas dele. Era difícil para família, até hoje, tenho família que<br />

me liga até hoje, no dia do médico, traz na páscoa, liga pra ver se eu estou aqui”.<br />

Partindo do exame das duas situações comumente vivenciadas – distanciamento<br />

e aproximação –, percebemos serem ambas necessárias para o processo de<br />

transmissão. Entretanto, o grande desafio é a busca dos limites que não são estanques,<br />

mas voláteis, dependentes de cada caso clínico.<br />

Não se está diante de uma questão matemática, exata, mas sim de sentimentos,<br />

expectativas. Talvez daí decorra a falha dos cursos de formação, onde se tenta ensinar<br />

uma teoria que de nada serve se não for vivenciada, sentida, trabalhada.<br />

Vale transcrever a lição de Masud Khan (1984:250) “é vital que, na equação<br />

clínica, as fronteiras e os processos psíquicos, pelo menos de uma das partes, a saber<br />

do analista, fiquem sempre claramente estruturadas e definidas em termos de suas<br />

funções e objetivos”.<br />

Doentes e seus familiares projetam no profissional da saúde uma série de<br />

sentimentos, ora de gratidão afetuosa, ora de hostilidade declarada. Esta gama de<br />

sentimentos, únicos em cada caso clínico, irá determinar os limites ideais na relação<br />

Profissional-Paciente.<br />

Em última análise, o que sustenta a compreensão destes limites é a teoria<br />

psicanalítica. Através da relação clínica percebemos aspectos que nos dão suporte<br />

para compreensão entre o eu e o outro, isto porque se trabalha de inconsciente para<br />

inconsciente.<br />

Oportuna é a lição de Etchegoyen (1987:8): “em outras disciplinas, é até certo<br />

ponto possível manter uma dissociação entre profissão e a vida; entretanto, para o<br />

91

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!