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PACIENTE INTERNADO NO HOSPITAL, - Teses FIOCRUZ

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“sanitário”, substituindo-a pela expressão desinfetada de “doentes terminais...<br />

Geralmente os profissionais da saúde aparecem raramente junto aos seus leitos...”<br />

Para a Enfermeira Claudia: “Pior coisa é o paciente desenganado, não dá ânimo nem<br />

de abrir a porta do quarto”. Nos casos de doenças ‘terminais’, sem cura, sem<br />

perspectiva, não só o corpo do paciente fica imobilizado, mas também as ações dos<br />

Profissionais de Saúde. Sentem-se impotentes, apesar de estarem impossibilitados de<br />

curar. Evita estar com a paralisia do outro por sentirem-se limitados na ajuda ao se<br />

aproximarem do outro. Como ajudar o paciente na sustentação de seu sofrimento?<br />

Kaës (1991:37) coloca: “...Participamos de instituições que nos fornecem determinadas<br />

defesas contra as nossas angústias”.<br />

A Enfermeira Luisa relata uma situação que a mobilizou: “...só vendo<br />

enfermagem estressadíssima, pega a veia profunda, aparelho, não tem mais nada a<br />

fazer. Eu estou nervosa, Seu Carlos me incomoda, oferecendo balinhas, o pai dizia que<br />

o filho ia melhorar, daqui a pouco vem a sua comidinha, vai ficar mais forte, não quero<br />

ver Seu Carlos... Os médicos cada um pra um lado, já falei, espalhado... Os médicos<br />

sumiram. Entrei no quarto, Seu Carlos, fazendo carinho, dizendo vai ficar forte, para ir<br />

para casa. O médico falou: já encerrei com Seu Carlos hoje... Quando sentei com ele<br />

no cantinho, o pessoal todo perto arrumou coisa pra fazer, não ficou ninguém no posto”.<br />

Stedeford (1986:158) “Ao falar com pacientes com doença terminal, alguns médicos,<br />

para evitar o sofrimento de encará-lo como assunto pessoal, fazem uso da<br />

racionalização (os pacientes realmente não querem saber...) intelectualização (falando<br />

sobre matérias teóricas tais como tempo de sobrevivência ou percentagem de curas).<br />

Às vezes, fala na verdade abruptamente e saem logo em seguida, ou delegam a outra<br />

pessoa a sua tarefa”. Kaës (1991:38) afirma: “qualquer que seja a instituição, acontece<br />

dela expor os seus membros a experiências muito angustiantes, sem lhes fornecer, em<br />

contrapartida, experiências suficientemente satisfatórias e, antes de mais nada,<br />

mecanismos de defesa utilizáveis pelos seus membros para se protegerem contra<br />

essas angústias”.<br />

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