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PACIENTE INTERNADO NO HOSPITAL, - Teses FIOCRUZ

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Profissionais de Saúde durante a internação. Tal conduta seria necessária somente<br />

nesta instituição, a hospitalar? O sujeito busca as instituições para manter seus projetos<br />

de vida, e, para isto ocorrer, não seria necessária tal sustentação?<br />

Um outro exemplo de acolhida foi também contado por uma outra enfermeira,<br />

quando internou um paciente grave, com sérios problemas respiratórios. Deram-lhe um<br />

banho, e logo após ele sorriu para as enfermeiras, como que agradecendo-as por<br />

cuidar de sua vida. Houve o reconhecimento nesta situação por esta Profissional de que<br />

o amparo dado é sempre parte essencial para a recuperação da saúde, principalmente,<br />

em estados mais graves.<br />

Viorst (1988:33) registra que “todas as nossas experiências de perdas<br />

relacionam-se com a Perda Original, a da conexão mãe-filho. Nosso desejo eterno de<br />

união, dizem alguns psicanalistas, dá origem ao nosso desejo de volta – de volta, senão<br />

ao útero, pelo menos ao e seu estado de união ilusória, chamada simbiose, um estado<br />

pelo qual, bem no fundo do inconsciente original e primitivo... todo ser humano anseia...<br />

Um dia foi nosso e tivemos de abandoná-lo. ... Desistir do que amamos, para crescer,<br />

seja repetido a cada novo estágio de desenvolvimento, esta é a nossa primeira e talvez<br />

a mais difícil renuncia”. Na internação, o reconhecimento do chamado do paciente por<br />

aqueles que cuidam faz que ele possa ser integrado, apesar de toda a fragmentação<br />

causada pela doença e pela própria estrutura da instituição.<br />

Júlio de Mello Filho (1991:67) fala sobre a função materna na teoria<br />

winnicottiana, dizendo que “esta sustentação de integração evita que o bebê sinta a<br />

agonia própria de um tipo de angústia que antes denominamos de aniquilação ou<br />

psicótica: como a de sentir que é uma coleção de partes, ou que cai no infinito. Esta<br />

sustentação é uma sustentação metafórica, mas também concreta. Implica uma<br />

captação sutil das necessidades do bebê: necessidade de fusão, no começo, e, depois,<br />

necessidade de corte”. O Paciente espera que os Profissionais de Saúde possam<br />

cumprir este papel dessa sustentação metafórica, e assim amenizar seu sofrimento.<br />

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