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PACIENTE INTERNADO NO HOSPITAL, - Teses FIOCRUZ

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É de responsabilidade do paciente cuidar de sua saúde. Contudo, nós,<br />

profissionais da saúde, devemos melhor ouvir para melhor nos informarmos sobre como<br />

o paciente se cuida, como ele se inventa a cada instante. Assim, poderemos refletir<br />

sobre a melhor maneira de comunicarmos e trabalharmos na saúde junto com o sujeito.<br />

No hospital, o respeito, o acolhimento e a autonomia do paciente são limítrofes e<br />

essenciais. Como podemos diante dessa situação, onde a liberdade é ferida, não<br />

atingirmos a responsabilidade?<br />

O sujeito de responsabilidade , segundo Brugger (1987: 362), é a “pessoa capaz<br />

da ação moral. Seu objeto é a ação peculiar e plenamente humana, procedente da<br />

parte espiritual essencial do homem através de sua livre vontade... Na responsabilidade<br />

manifesta-se a nobreza da pessoa humana - Schuster”.<br />

Silva (1987:1070) afirma: “Para Ginsberg ‘responsabilidade... implica liberdade...<br />

Responsabilidade e liberdade são correlatas e, desde que há graus de liberdade,<br />

segue-se que também há graus de responsabilidade’ ”.<br />

Na hospitalização, o Paciente ao mesmo tempo em que tem a liberdade de falar<br />

por ele mesmo, ele abdica de sua autonomia. Julia Kristeva (1994:19) assinala que<br />

“livre de qualquer laço com os seus, o estrangeiro sente-se ‘completamente livre’. O<br />

absoluto dessa liberdade, no entanto, chama-se solidão”. Campos (1995:28-30) registra<br />

que “o hospital tem uma função separadora, pois separa o indivíduo da família.<br />

Internado, o paciente fica sozinho. Falaria em seu próprio nome, mas apesar de o<br />

hospital dar a retaguarda, acaba impondo suas normas”.<br />

O direito de o indivíduo saber de si mesmo e o de participar ativamente de sua<br />

recuperação não podem desaparecer, quando ele se torna um paciente e se interna<br />

num hospital. Em Campos (1995:29-30), encontra-se a seguinte afirmação de Basaglia<br />

(1968): “temos presente que a realidade primeira do doente é o fato de ser um homem<br />

sem direitos; e é dessa realidade que procuramos partir”.<br />

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