PACIENTE INTERNADO NO HOSPITAL, - Teses FIOCRUZ
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A Enfermeira Luisa relata critérios para visita e para acompanhamento do<br />
Paciente e também o quanto as exceções fazem que haja conflitos nas relações de<br />
poder na instituição. À medida que consideramos as diferenças individuais, aumenta as<br />
tensões institucionais, visto que rompem por momentos essa tendência ao fechamento<br />
das instituições. Assim, em Castiel (1994:80), encontra-se: “segundo Benoit, a<br />
verdadeira solução consiste em reconhecer que a articulação entre a vida secreta das<br />
pessoas e sua patologia é um dado da subjetividade (...) [que] que não pode ser tratado<br />
com o aparelho conceitual que permite tratar uma realidade objetiva. {P. Benoit,<br />
Psicanálise e medicina. Rio de Janeiro, Zahar, 1989}.”<br />
A instituição precisa das normas para a uniformidade do tratamento, mas os<br />
sujeitos que dela são parte integrante e beneficiária necessitam garantir sua<br />
singularidade, ou seja, nas instituições para preservarmos suas continuidades, se faz<br />
necessário sempre não só suas normas, mas também suas exceções. Um exemplo da<br />
presença da singularidade do sujeito na internação é a própria presença da família ao<br />
lado do paciente, que conforta o e o referencia para a instituição, o que lhe é familiar.<br />
Podemos assim, enquanto Profissionais de Saúde, amplificar nossas próprias dúvidas e<br />
nossos questionamentos, de que passamos grande parte da nossa vida tentando<br />
afastar-nos.<br />
De acordo com Kaës (1991:21) “Freud já se perguntou como uma pluralidade<br />
consegue formar não um grupo, mas um agrupamento institucional e uma instituição”.<br />
De fato, toda instituição tende ao fechamento, ao instituído, excluindo as subjetividades,<br />
entretanto há no Hospital situações que demandam providências. Encontramos grandes<br />
dificuldades na satisfação de uma solicitação individual, pois sem ela o trabalho do<br />
Profissional de Saúde seria em vão. Pessoas demandam mudanças a cada instante.<br />
Ainda segundo Kaës (1991:22), que cita Malaise dans la Civilisation de Freud, ” ‘O<br />
homem civilizado trocou uma parte de felicidade possível por uma parte de segurança’.<br />
Nessa troca, a passagem da pluralidade para o agrupamento é decisiva. Ela forma a<br />
base da vida em comum”.<br />
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