13.05.2013 Views

PACIENTE INTERNADO NO HOSPITAL, - Teses FIOCRUZ

PACIENTE INTERNADO NO HOSPITAL, - Teses FIOCRUZ

PACIENTE INTERNADO NO HOSPITAL, - Teses FIOCRUZ

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

existência de algum outro aspecto da personalidade”. A despersonalização perpassa<br />

pela comida quando, por exemplo, o Paciente Paulo fala sobre a comida do Hospital:<br />

“nada tem gosto de nada”. Quanto mais a instituição hospitalar puder favorecer a<br />

personalização, melhor estará contribuindo na manutenção da identidade do Paciente.<br />

Por exemplo, a utilização de crachás pelos Pacientes ajuda a identificá-los pelo nome e<br />

evita trocas, como cita um Paciente: “eu me chamo Sérgio, e tem outro Sergio também<br />

internado, já estavam me dando o remédio que era pra ele tomar, sorte que eu estou<br />

sempre atento”. Enfim, a imediata identificação dos Pacientes facilitaria o trabalho dos<br />

Profissionais de Saúde, como por exemplo o uso de crachás com o nome de cada<br />

paciente.<br />

A estrutura hospitalar apresenta uma ambigüidade paradoxal. “Oficialmente o<br />

hospital é organizado e até existe em função do enfermo, mas muitas de suas<br />

dimensões - horário de seus ambulatórios, visitas e refeições - são organizados<br />

claramente de acordo com as exigências do pessoal e do conjunto da estrutura<br />

hospitalar, muito mais do que as do doente”, conforme Pinkus (1988:123).<br />

Constatamos que a internação de um paciente sempre é feita de acordo com<br />

uma rotina pré-estabelecida e padronizada que visa, quase que exclusivamente, ‘a<br />

eficiência da atividade do pessoal hospitalar. Tudo que pode entravar a execução da<br />

rotina hospitalar é evitado. Goffman (1961: 16) justifica dizendo que “toda instituição<br />

tem tendências de ’fechamento’ ”. Do paciente, espera-se ele despir e permitir que o<br />

examinem. Se ele não falar, não reagir e não perguntar, estará colaborando para<br />

eficiência do pessoal de internação, e claro, com a manutenção da rotina pacificamente.<br />

Será que pode ser melhor de outra forma?<br />

Em sua experiência profissional, a Enfermeira Luisa fala de como ela lida com<br />

determinadas situações: “recentemente, com criança terminal, não tava mal, mas<br />

poderia poder morrer a qualquer momento, queria e teve bichinho na parede, lençol<br />

vermelho, tive atrito com nutricionista, criança com hábito de café com leite, 10 horas<br />

comia miojo, o que mais gostava de comer, às 11:30 não almoçava, só comia por volta<br />

19

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!