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PACIENTE INTERNADO NO HOSPITAL, - Teses FIOCRUZ

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família também. Troquei tudo antes da família subir, e falei com ele que não<br />

precisa nem dizer”.<br />

“Ás vezes, a família não vem. Teve um caso que a mãe do paciente diz<br />

que vem e não vem. A família marcava e não vinha. Moravam em Itaguaí.<br />

Quando vi a mãe já tinha um mês que ele estava internado”.<br />

“Se não estivesse trabalhando no hospital, abriria um restaurante, mesmo<br />

que pequenininho. Gosto de inventar pratos ou abriria um salão de beleza”.<br />

“Tem a casa da gente, tem a casa de detenção e tem aqui a casa de<br />

tratamento físico. Tem pontos comuns e diferentes. Comuns são os cuidados que<br />

a enfermagem dá que deveriam ser o mesmo, mas não são. Em clínica particular,<br />

o paciente está pagando, exige o melhor, bom médico, boa equipe de<br />

enfermagem. Ninguém gosta de hospital, a maioria, diz que é deprimente. Aqui é<br />

hospital escola, enfermagem aqui é muito boa. Eu tinha uma visão totalmente<br />

diferente em relação ao Serviço Público, cada um fazia o que queria, sem ligar<br />

para paciente, mas não, é muito organizado, muito bem dividido. Parece hospital<br />

particular, médicos atenciosos, equipe atenciosa e sempre presente. Se o<br />

paciente começa a evoluir já estão presentes para atuar. Aqui é diferente é<br />

hospital escola. No Fundão é tão diferente, é muito bom, ouvem e estimulam a<br />

gente”.<br />

“O pior momento da internação é quando o paciente chega muito grave, e<br />

família fica presente, acho que a família sofre muito. Família parece que fica fora<br />

da realidade. Sabe que pode evoluir para morte, não está aceita, e nos pergunta:<br />

ele tá melhorando, né? Vê que está indo pra óbito. Teve um caso de um paciente<br />

grave, que era um garoto novo, estava morrendo, tinha uma senhora ao lado<br />

dele, segura, introvertida, não coloca emoção para fora, não sabia que ela era a<br />

mãe dele, pensávamos que fosse um parente mais distante. Quando ele veio a<br />

falecer, ela teve um ataque. Ela sabia que ele estava grave, mas não esperava<br />

que ele viesse a falecer. Não se conformava. Cada um tem seu modo de lidar com<br />

a morte. A gente lida com o cuidar e com a morte todo dia. Pode não ter muito<br />

tempo, mas a gente se apega, a gente sente. Mexe muito. Não que seja parente<br />

da gente, só não quer ver sofrendo. Carinho, a enfermagem é isso, carinho. Uma<br />

paciente entrou malzinha, não pensamos que viria a óbito. Foi muito difícil, se<br />

tiver sentimentos dentro de você, você acaba se envolvendo”.<br />

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