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PACIENTE INTERNADO NO HOSPITAL, - Teses FIOCRUZ

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das 13:30 h. A nutricionista dizia que não estava sendo alimentada, não aproveitava o<br />

almoço da forma que podia aproveitar... Não se pode cortar as poucas exceções.<br />

Normas existem para serem cumpridas. Quando lida com gente é diferente. Toda<br />

regra tem exceção”.<br />

A internação retira o doente de seus hábitos e deixa de lado suas características<br />

pessoais, confere-lhe um papel definido. Os sentimentos do paciente geralmente são<br />

esquecidos; como sua angústia e sua interrogação diante do seu caso. Espera-se<br />

apenas que ele não prejudique a rotina de serviços e que se comporte passivamente,<br />

sem nada questionar. O paciente chega até a se admirar se alguém se interessa por<br />

saber sua opinião sobre a maneira pela qual foi recebido e atendido. O Paciente José<br />

comenta: “Eu estou me sentindo um governador dando entrevista para uma jornalista!”.<br />

O psicanalista René Kaës (1991: 16) coloca: “para tentar analisar o seu<br />

funcionamento grupal e institucional, o trabalho deve ser efetuado a partir daquilo que<br />

foi dito por cada um deles”. Tal posição é confirmada pelo Paciente Paulo: “pesquisa vai<br />

ser pesquisa quando cada pessoa dá um pontinho pode chegar a um senso comum”. A<br />

construção é feita por todos os sujeitos que dela se utilizam. Pensando assim,<br />

consideramos importante contemplar nesta Pesquisa os Pacientes, os Familiares e os<br />

Profissionais de Saúde.<br />

Ao chegar à recepção, o paciente traz consigo uma carga emocional muito<br />

grande. Além de preocupado com a doença, começa a se preocupar também com o<br />

mundo estranho em que será logo introduzido. A primeira impressão que o paciente<br />

recebe do hospital permanece gravada e tem grande influência do ponto de vista<br />

psicológico. A diferença entre o mundo familiar do paciente e o hospital o preocupa<br />

ainda mais do que a própria hospitalização. Percebemos que os entrevistandos tendem<br />

a comparar o Hospital e a sua Casa em suas falas como comenta o Paciente Paulo:<br />

“pior é quando chega, quando procura suas paredes, sua casa...Saudade de casa.<br />

Apego às coisas. O banho... Casa é templo. Sem máscaras sociais. Para mim, tem que<br />

ser limpa, limpa, limpa... Casa é um reino, tudo é feito da maneira que eu quero.<br />

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