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PACIENTE INTERNADO NO HOSPITAL, - Teses FIOCRUZ

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Na internação o ambiente hospitalar apresentado ao Paciente pode contribuir em<br />

sua busca de tornar-se inteiro. Winnicott (1994:196) afirma que “...quando se diz que o<br />

bebê é dependente, e, do começo, absolutamente dependente, e isto é realmente o que<br />

se quer dizer, decorre então que a maneira pela qual o meio ambiente se apresenta tem<br />

importância, por ser uma parte do bebê”.<br />

Clare Winnicott (1994:200-201) pondera que “o termo “sustentação” [holding]<br />

descreve tudo o que uma mãe faz no cuidado físico de seu bebê, inclusive largá-lo<br />

quando chega o momento para a experiência impessoal de ser sustentado por materiais<br />

não-humanos adequados... É necessário postular um estudo da mãe que se acha<br />

(temporariamente) tão identificada como o bebê, de maneira que sabe sem pensar mais<br />

ou menos do que o bebê precisa, e, na saúde, ela faz isto sem perder a sua própria<br />

identidade”. Assim, como a figura materna identifica-se com o bebê sem perder sua<br />

própria identidade, mantendo-se uma aproximação e uma distância necessárias para<br />

crescer, espera-se dos Profissionais de Saúde que eles também consigam<br />

desempenhar esta função eficazmente.<br />

Ao mesmo tempo que a doença impossibilita o paciente de retornar às suas<br />

próprias rotinas e afazeres, o estar doente sempre traz um pedido de ajuda, de sustento<br />

para suas tensões e conflitos, principalmente num momento crítico como a internação.<br />

A Paciente Maria fala de sua família: “minha mãe e minha irmã me ajudam. Minha mãe<br />

sempre [corre lágrima]... Tenho saudade dos filhos...Muito chato. Quero andar e não<br />

dá, quero ir pra casa e não dá... Em casa minha recuperação é mais rápida... Meus<br />

irmãos não vêm porque também têm família...” a Paciente sente-se limitada<br />

duplamente, pela doença e pelo lugar (o hospital). Próxima de suas coisas, ela, seu<br />

corpo, melhoram. Sua casa é o ambiente suficientemente bom e não tem esse<br />

abandono. O clima acolhedor muitas vezes, mesmo com a doença, não limita o<br />

movimento criador do sujeito, enquanto suas necessidades são atendidas de minuto a<br />

minuto. Ela quer “andar”, viver, e conduzir sua vida, e isto é religar-se às suas coisas,<br />

as coisas do mundo. A aproximação do hospital com as coisas do mundo do Paciente<br />

oferece um bem estar que torna menos difícil sua estada nesse lugar.<br />

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