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PACIENTE INTERNADO NO HOSPITAL, - Teses FIOCRUZ

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saudade da minha casa”.<br />

Vale a pena lembrarmos do ponto de partida de Freud, o princípio do prazer,<br />

Kaufmann (1996:423) cita: “se a atividade psíquica consiste antes de mais nada em<br />

evitar o desprazer e em buscar o prazer, é que ela visa por um lado a fugir da dor ou do<br />

terror e a descarregar a excitação, e, por outro, a repetir a experiência de satisfação<br />

primária e a suprimir assim a tensão pulsional”. Quando saímos em algumas situações<br />

com os Pacientes da Enfermaria, esse mesmo sentimento de liberdade vivido na alta<br />

hospitalar transparece. Enfim, como os Profissionais de Saúde podem favorecer<br />

situações de maior autonomia e liberdade ao paciente mesmo durante a sua<br />

internação?<br />

Mesmo entre as instituições totais, há características que se assemelham, e se<br />

diferem, elas têm suas repressões e seus zelos. O Hospital é um lugar que aprisiona e<br />

recria laços. É um espaço de rupturas e continuidades. Percebemos nas revelações<br />

abaixo dos pacientes o quanto a internação hospitalar assemelha-se à prisão: “no<br />

Hospital S., não tem TV, tem visita duas vezes por semana. Parece que está preso.<br />

Rígido demais. Não entra nenhum biscoito. Arrumam as camas, os quartos, quando é<br />

dia de visita... Fiquei amigo do guarda... Coisas como sabonete, pasta de dente,<br />

chinelo, toalha a gente traz, o resto o próprio hospital se encarrega. Acho certo!”. “Peço<br />

em casa e eles trazem, quando chega na portaria não passa”. “Visita sai, segurança<br />

revista tudo no quarto por causa de drogas. Gente é o que mais tem, uns que arrumam<br />

outros que estragam”. “Quando tem alta, troca de roupa, e entrega de volta as duas<br />

peças”. “No Hospital Y. revistam as visitas antes de entrar. Tem muita gente que teima<br />

e leva comida”. “Tem hospital que não pode entrar biscoito. Na prisão entra arma,<br />

maconha”. Por outro lado temos outros exemplos: “aqui a gente se sente como se<br />

estivesse em casa. Liberdade para andar. Outros lugares a gente fica preso, trancado<br />

dia e noite”.<br />

O momento da alta é considerado pela maioria dos entrevistandos como melhor<br />

momento da internação. Quando ele está de alta, cedo já troca sua roupa aguardando<br />

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