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PACIENTE INTERNADO NO HOSPITAL, - Teses FIOCRUZ

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aquela pessoa”. Observamos a tensão que ela vive na internação. Fragilidade pelo que<br />

passa e pelo que vê com outras pessoas em situações graves. Não tem como no<br />

Hospital não comover-se, e ser convocado para a cena, seja paciente, familiar ou<br />

profissional de saúde. A identificação com o outro é intensa, densa e extrema, posso<br />

melhorar ou piorar conjuntamente com o outro. Kaufmann (1996) utiliza o conceito<br />

freudiano de identificação que é “a capacidade de ocupar lugares e posições psíquicas<br />

diferentes... e é conhecida da psicanálise como a mais precoce manifestação de uma<br />

ligação de sentimentos com uma outra pessoa”.<br />

Segundo Judith Viorst (1988:55), “fazemos a identificação por motivos diferentes<br />

e variados, e geralmente por muitos de uma só vez. E, geralmente, nos identificamos<br />

para enfrentar a perda, preservando dentro de nós alguém que precisamos abandonar<br />

ou que morreu.... A identificação pode servir simultaneamente como um meio de se<br />

prender e se libertar”. Um momento de identificação entre os Pacientes é citado pela<br />

Esposa Ana: “o que faz [o marido] piorar, percebo no olhar dele. Quando chega alguém<br />

pior que o estado dele, ele não agüenta de tanta mágoa, fica muito triste. E a tristeza<br />

dele é tanta que ele diz que deseja tudo pro inimigo, menos isso, nem a doença, nem a<br />

morte”. Mesmo em constantes situações que facilitam as identificações entre os<br />

membros da instituição, faz-se necessário a incessante lembrança da singularidade do<br />

sujeito.<br />

A instituição hospitalar tem seus paradoxos com descuidos e proteção, contágios<br />

e contaminações, tensões e intenções, tecnologias e seres humanos, tristezas e<br />

alegrias, perdas e ganhos, vida e morte, rupturas e continuidades... Exemplificamos<br />

alguns paradoxos na instituição hospitalar nas falas dos entrevistandos. O Paciente<br />

Paulo coloca sobre Hospital: “não é a melhor coisa que pode me acontecer, mas é a<br />

melhor forma das pessoas se cuidarem”. Quando a Esposa Cátia relata: “a internação<br />

por um lado é bom, por outro é ruim. Ruim é que você está doente; bom é poder se<br />

curar e ficar bom e voltar a vida normalmente”. A Auxiliar de Enfermagem Vera depõe:<br />

“se pudesse evitar tanta coisa, a gente não faria. Medo de agulha, medo de ser<br />

pulsionado na veia, tanta coisa que por ter medo...” Percebemos que por trás dessa<br />

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