PACIENTE INTERNADO NO HOSPITAL, - Teses FIOCRUZ
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Qualquer contato com uma pessoa terminal inevitavelmente desperta uma<br />
resposta específica. Tanto faz aceitá-la e elaborá-la ou tentar reprimi-la, ela leva à<br />
tensão, provocando fadiga, atividade exagerada, irritabilidade e outros problemas. Isso<br />
pode, eventualmente, prejudicar a eficiência no trabalho e pode, também, interferir na<br />
vida pessoal e familiar. Judith Viorst (1988:254-255) “Os psicanalistas chamam de<br />
‘internalização’. Internalizando os mortos, tornando-os parte do nosso mundo interior,<br />
podemos completar o processo de lamentação. Fazendo da pessoa morta uma parte do<br />
nosso mundo interior, de certo modo nunca mais a perdemos”.<br />
Stedeford (1986:158) coloca que “A identificação passa dos limites, quando o<br />
profissional que está tratando do caso cessa de perceber que está (158) fazendo uso<br />
dela e começa a pensar como a pessoa por quem está preocupado. Dessa maneira,<br />
ele fica sobrecarregado pela emoção que, por direito, não lhe pertence e torna-se<br />
menos eficiente para cooperar...”<br />
A Enfermeira Claudia afirma: “gosto do meu trabalho. Não gosto quando ele está<br />
muito estressante e não dá pra dar assistência. Quando tem muito paciente grave e<br />
outro precisando mais”. A sobrecarga provoca tensão no trabalho e muitas vezes até<br />
paralisa o Profissional de Saúde. Judith Viorst (1988:258) considera que “A perda pela<br />
morte é o principal estressante da vida, e todo estressante da vida, segundo centenas<br />
de estudos, aumenta o risco de doenças físicas e mentais”.<br />
Como Julia Kristeva (1994:201) assevera “o estrangeiro está em nós. E quando<br />
fugimos ou combatemos o estrangeiro, lutamos contra o nosso inconsciente – este<br />
“impróprio” do nosso “próprio” impossível. Delicadamente, analiticamente, Freud não<br />
fala dos estrangeiros: ele nos ensina a detectar a estranheza que há em nós. Talvez<br />
seja a única maneira de não acossá-la do lado de fora...”<br />
Todos os Profissionais, de uma maneira ou de outra, estão muito ocupados para<br />
ficar mais tempo com o paciente terminal. A causa direta desses ou de outros<br />
comportamentos similares pode ser o despreparo e desconsideração, mas o motivo<br />
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