PACIENTE INTERNADO NO HOSPITAL, - Teses FIOCRUZ
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que, apesar de tudo, perdi a luta pelo domínio onipotente. Estranhamente, como diz<br />
Goethe, é das profundezas do engano que vem se instalar a sensação de verdade.<br />
Descubro que, se retiram de mim meu sofrimento, eu simplesmente não existirei mais.<br />
Afinal de contas, penso que todos devem ter o direito de chorar sem serem jamais<br />
consolados”.<br />
A hospitalização prolongada interdita a participação contínua do sujeito em sua<br />
vida, o que seria tão eficaz quanto o faria a própria morte. Vilhena (1991:12) afirma:<br />
“solidão pode significar um retiro voluntário, um abrigo, uma possibilidade de construção<br />
de um espaço privado. Um reencontro consigo mesmo pode ser o momento de<br />
elaboração e de criação... Mas solidão pode, igualmente, nos remeter à vivência de<br />
exclusão, de aniquilamento e de morte”.<br />
O relacionamento do paciente com seus familiares é necessário e<br />
essencialmente terapêutico, como o único “remédio” eficaz ou possível. Quanto melhor<br />
for a cooperação entre os profissionais de saúde e a família do paciente, mais próximo<br />
do resultado desejado e esperado por todos.<br />
Embora os adultos sejam menos dependentes do que as crianças, eles ainda<br />
formam ligações muito fortes, e durante períodos de crise querem estar em estreito<br />
contato com aqueles que amam. A ameaça de morte provoca um aumento da angústia<br />
da separação. Stedeford (1986:73) coloca que “a presença de um parente próximo dá<br />
muito mais tranqüilidade ao paciente do que qualquer outra medida.”<br />
A Enfermeira Luisa relata: “o Paciente mais passivo, se está sentindo dor, quer<br />
que passe e acabou, quer se sentir melhor. Família, quer saber porque sentiu dor, se<br />
for pra casa se vai sentir, e o que a família vai fazer”.<br />
Apesar de institucionalmente ser ‘permitido’ aos Profissionais de Saúde tocar no<br />
corpo do paciente, permanece a família como portadora das intimidades do paciente. A<br />
Família descreve detalhes muito particulares, funcionando muitas vezes como<br />
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