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PACIENTE INTERNADO NO HOSPITAL, - Teses FIOCRUZ

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tudo, assimilando tudo que está acontecendo”. Kaës (1991:10) coloca: “...as<br />

formações psíquicas originais são produzidas e mantidas pela vida institucional visando<br />

seus próprios fins: isso significa que se trata de formações que correspondem à dupla<br />

necessidade da instituição e dos sujeitos que delas são partes integrante e<br />

beneficiária”.<br />

“O desencadeamento de uma enfermidade física representa uma perda de<br />

controle sobre o próprio corpo e, com freqüência, uma perda de controle sobre o próprio<br />

mundo” (Kaplan & Sadock, 1996:382). A pessoa enferma vivencia o senso de<br />

vulnerabilidade e a perda de auto-estima. As coisas que parecem simples e banais<br />

revestem-se, para o paciente, de um caráter de gravidade antes não imaginada.<br />

Qualquer sinal de impaciência da parte do pessoal pode revestir-se de enorme<br />

importância, bem como um gesto de delicadeza pode modificar o caráter impessoal e<br />

burocrático do processo de internação.<br />

A mitologia se faz necessária para amenizar o relacionamento. Maria do Carmo<br />

Prado (1991:83) esclarece: “mito significa um segredo ou crença inconsciente, ou<br />

mesmo uma atitude que tende a perpetuar-se na determinação das respostas e<br />

condutas...”<br />

Para Kaës (1991:25), “o mito narra a origem, fornece uma matriz identificadora, e<br />

um código, por mais precário que seja, para enfrentar a relação de desconhecido. Ele<br />

permite curar - e começar a pensar – o horror primordial e o caos de que a instituição –<br />

desde que seja a nossa – nos protege. O mito traz vestígios das cicatrizes e predispõe<br />

a memória da posteridade. A função mitopoética está assim continuamente ordenada<br />

para a manutenção do contrato narcísico ou para a sua inauguração numa nova<br />

linhagem”.<br />

Na opinião da Paciente Maria: “hospital é coisa muito ruim. Você chega com<br />

uma coisa que cuida rapidamente, e outro chega mal e fico nervosa, medo de também<br />

ficar igual. Medo de acontecer alguma coisa. A gente pensa o pior, o pior é ficar igual<br />

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