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Caminhos para a universalização da inTerneT banda larga

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egulação do acesso à internet no brasil 233<br />

Não há dispositivo normativo deixando claro o que seja o backhaul. A resolução<br />

repete o conceito genérico do Decreto 6.424/2008, sem especificar quais são os<br />

elementos de rede, equipamentos etc. que compõem o backhaul. E esse aspecto<br />

é importante, pois como poderemos fiscalizar o que é o backhaul, o que trafega<br />

nessa rede – pacotes de <strong>da</strong>dos ou voz – e, portanto, como poderemos garantir o<br />

que é reversível e o que não é? (Lefévre, 2010, on-line).<br />

O tema se transformou em uma conten<strong>da</strong> judicial ain<strong>da</strong> não resolvi<strong>da</strong>. Por<br />

um período, a Justiça chegou a <strong>para</strong>lisar a troca <strong>da</strong>s obrigações relativas aos<br />

PSTs por aquelas referentes ao backhaul. A polêmica ganhou contornos mais<br />

críticos a partir <strong>da</strong> revelação pela Anatel de que ela não possui o controle dos<br />

bens reversíveis controlados pelas concessionárias. 13<br />

O trabalho produzido pela equipe de fiscalização <strong>da</strong> própria Agência reguladora<br />

traça um retrato preocupante do acompanhamento do patrimônio<br />

reversível à União. São ao menos 10 anos de ven<strong>da</strong>s de terrenos, imóveis e<br />

equipamentos vinculados à concessão sem que a agência tenha sequer sido informa<strong>da</strong><br />

pelas empresas. Os relatórios mostram ain<strong>da</strong> que as próprias concessionárias<br />

não possuem sistemas confiáveis de controle patrimonial, o que pode<br />

ser um problema <strong>para</strong> o momento em que os bens tiverem que ser revertidos à<br />

União (Mazza, 2011, on-line).<br />

A falta de controle foi questiona<strong>da</strong> na Justiça pela Associação Proteste14 ,<br />

que argumentou que a Agência precisava respeitar a Lei Geral de Telecomunicações<br />

e submeter as concessionárias à obrigação de pedirem a autorização<br />

<strong>da</strong> comercialização destes bens. Para li<strong>da</strong>r com a questão, a ação <strong>da</strong> Anatel<br />

foi polêmica: propor a extinção <strong>da</strong> exigência em um novo regulamento sobre<br />

os bens reversíveis. O Ministério <strong>da</strong>s Comunicações passou a endossar a proposta<br />

<strong>da</strong> Anatel <strong>para</strong> o caso, afirmando que a infraestrutura de telefonia fixa<br />

considera<strong>da</strong> reversível (o par trançado de cobre) não seria relevante. Para o<br />

secretário-executivo do órgão, Cezar Alvarez:<br />

Tem que <strong>para</strong>r de brigar com a Anatel pelo fusquinha 68 que vai voltar <strong>para</strong> nós<br />

lá na frente, de ficar olhando o computador 38615 que é reversível. A Anatel vai<br />

13 A rede compra<strong>da</strong> pelas concessionárias no processo de privatização não deixou de ser patrimônio<br />

do povo brasileiro. Apenas as operadoras ganharam o direito de explorar essa infraestrutura<br />

durante um determinado período. Ao final do contrato, ela voltaria ao Estado brasileiro, por isso o<br />

termo “bens reversíveis”.<br />

14 Associação que atua na defesa dos direitos do consumidor .<br />

15 Os termos “fusquinha 68” e “computador 386” foram usados <strong>para</strong> se referir de forma depreciativa<br />

às redes de telefonia fixa (os chamados pares de fios de cobre), que após o fim dos contratos de

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