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Caminhos para a universalização da inTerneT banda larga

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marcos <strong>da</strong>ntas 367<br />

Assim como a gente discute certas regulações de conteúdo, considerando as-<br />

pectos de preconceitos, tolerância, proteção à infância e juventude, eu não dis-<br />

tingo esse tipo de regulação, seja na televisão ou na Internet. A Internet hoje<br />

não é uma mera tecnologia, ela é uma mídia, um meio de comunicação, de<br />

entretenimento, de lazer, que vai paulatinamente substituindo a própria te-<br />

levisão, com to<strong>da</strong>s as vantagens e desvantagens normais de qualquer meio de<br />

comunicação. A própria televisão está chegando com a ideia <strong>da</strong> Smart TV, que<br />

já é a tendência <strong>da</strong> televisão de se tornar um terminal de Internet em que você<br />

até mesmo vê televisão... Então, à medi<strong>da</strong> que a Internet não é mais uma mera<br />

tecnologia de transmissão de <strong>da</strong>dos (a questão física que a engenharia cui<strong>da</strong>),<br />

mas passa a ser de fato uma questão de conteúdo, uma questão cultural, ela<br />

tem de ser discuti<strong>da</strong> <strong>da</strong> forma como a gente discute televisão e rádio, enfren-<br />

tando as dificul<strong>da</strong>des ou não.<br />

Mas na prática, como isso se <strong>da</strong>ria? Você tem a questão <strong>da</strong> regulação de conteúdo, não<br />

só dos exemplos que você citou de jogos violentos e de preconceito, mas pensando<br />

também em cotas de programação <strong>para</strong> conteúdo brasileiro, como poderia ser a regu-<br />

lação desse conteúdo na Internet?<br />

Pergunte aos chineses que eles sabem [risos]. É simples assim. Não podemos<br />

esquecer o seguinte: tudo isso é físico, tudo passa por um cabo, por um satélite.<br />

Em algum lugar, tem uma chave. É uma questão de querer ou não, é uma ques-<br />

tão política. Os chineses é que ensinam direitinho como fazer. Os iranianos<br />

também. É claro que você está numa socie<strong>da</strong>de mais democrática, precisa de<br />

critérios, digamos, democráticos de decisão. Essas coisas têm que ser debati<strong>da</strong>s<br />

de forma transparente, com ca<strong>da</strong> um expondo a sua opinião, o seu debate,<br />

e no final a socie<strong>da</strong>de decide.<br />

Pensando na questão prática dessa ideia de regulação de conteúdo. Se existe um número<br />

determinado de meios de comunicação e a facili<strong>da</strong>de <strong>para</strong> regular e fiscalizar, o<br />

mesmo não ocorre na Internet, onde esta facili<strong>da</strong>de é menor, é um universo gigantesco<br />

de pessoas produzindo, transmitindo e consumindo o tempo todo. Vários argumentos<br />

advertem que uma série de complicações pode ser causa<strong>da</strong> quando pensamos em uma<br />

censura por parte de agentes com mais poder, ou mesmo na questão <strong>da</strong> liber<strong>da</strong>de de<br />

expressão. É uma via de mão dupla em um ambiente em que é muito mais difícil de ter<br />

o controle dos agentes que regulam e o que está sendo realmente regulado. Na prática,<br />

como isso pode funcionar?<br />

Eu não teria uma resposta clara, é uma discussão que ain<strong>da</strong> está nascendo,<br />

que precisa ser amadureci<strong>da</strong>. A gente ter um conselho, talvez. Não pode ser a

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