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Caminhos para a universalização da inTerneT banda larga

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veridiana alimonti 397<br />

O que isso significa na prática?<br />

Significa que o PNBL considera possível fazer acordos com as empresas com<br />

relação a preços e que não é prerrogativa do poder público ajustar esses preços.<br />

Considera aceitável fazer acordos com as empresas em relação às metas de<br />

cobertura e não é prerrogativa do poder público exigir o cumprimento des-<br />

sas metas periodicamente, nem criar mecanismos sanatórios caso as metas<br />

não sejam cumpri<strong>da</strong>s. Isso significa a ausência de controle público <strong>da</strong>s redes<br />

que hoje prestam esse serviço. Assim, o PNBL expressa muito bem o limite <strong>da</strong><br />

capaci<strong>da</strong>de do poder público de negociar preços, sem as prerrogativas que a<br />

própria legislação garantiria se a prestação ocorresse em outro regime. Vide os<br />

planos de ban<strong>da</strong> <strong>larga</strong> popular, firmados no contexto <strong>da</strong> negociação do Plano<br />

Geral de Metas de Universalização <strong>da</strong> telefonia fixa, que, aliás, é interessante<br />

notar: a negociação foi feita em conjunto justamente porque o próprio poder<br />

público avaliou que as empresas não enxergariam vantagem em aderir ao<br />

PNBL, e negociou a formulação do PGMU como forma de pressão.<br />

Foi moe<strong>da</strong> de troca do Governo?<br />

Exato. A telefonia fixa é um serviço prestado em regime público, tem metas de<br />

<strong>universalização</strong> e, portanto, tem seu Plano Geral de Metas de Universalização,<br />

o PGMU, que virou moe<strong>da</strong> de troca. O governo cedeu em algumas questões<br />

importantes de metas de <strong>universalização</strong> <strong>para</strong> negociar esses planos de ban<strong>da</strong><br />

<strong>larga</strong> popular, no serviço de comunicação multimídia [SMC], que é a ban<strong>da</strong><br />

<strong>larga</strong> fixa. Eles ficaram muito aquém do que seria necessário <strong>para</strong> uma política<br />

pública de ampliação do acesso à ban<strong>da</strong> <strong>larga</strong>.<br />

Falaram em massificação, não em <strong>universalização</strong>.<br />

Desde o seu início, o Programa Nacional de Ban<strong>da</strong> Larga reflete a opção por<br />

não mu<strong>da</strong>r o regime de prestação do serviço, porque <strong>universalização</strong> é um termo<br />

ligado a uma obrigação específica do regime público. O próprio programa<br />

dizia que se tratava de massificação, já que era regime privado.<br />

Você falou <strong>da</strong> Telebras trabalhar no atacado. O fato de que as mesmas empresas possuem<br />

backbones e backhauls também atuarem na última milha (na casa ou no escritório)<br />

faz com que elas não permitam o uso <strong>da</strong> rede por outros competidores. Vários<br />

países adotaram medi<strong>da</strong>s de desagregação de rede. Há países como a Austrália, onde<br />

o proprietário <strong>da</strong> rede não pode prestar serviço diretamente ao consumidor. Você acha<br />

que essa medi<strong>da</strong> de desagregação poderia ser adota<strong>da</strong> no Brasil e aju<strong>da</strong>ria a fomentar<br />

o acesso em alguma medi<strong>da</strong>?

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