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Caminhos para a universalização da inTerneT banda larga

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362 enTrevisTas<br />

ta central hoje está se trabalhando com 10. Em qualquer residência de classe<br />

média brasileira, como esta aqui em que você se encontra, tem 10, no mínimo.<br />

Além <strong>da</strong> veloci<strong>da</strong>de, tem a questão <strong>da</strong> garantia <strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de.<br />

E aí de fato eu não veria outra solução a não ser o compromisso do governo,<br />

de um programa, que <strong>para</strong> o caso brasileiro teria um aspecto que favorece,<br />

que hoje nós temos uma infraestrutura de comunicação razoável no país, se<br />

for considerado o conjunto <strong>da</strong> infraestrutura de fibra ótica, mais satélite, não<br />

estamos saindo do zero. O que temos que fazer, e aí está a grande dificul<strong>da</strong>de, é<br />

que esta estrutura está to<strong>da</strong> nas mãos de operadores privados. Então, se o Estado<br />

quiser sair com uma infraestrutura própria ele sai do zero, ou na melhor<br />

<strong>da</strong>s hipóteses com a dessa tal de Eletronorte que existe aí. Quando você tem<br />

to<strong>da</strong> uma infraestrutura nas mãos de operadores privados que permitiriam ao<br />

governo fazer um projeto, teria de enfrentar interesses fortíssimos, teria que<br />

desfazer e refazer alguns absurdos cometidos na época do Fernando Henrique<br />

Cardoso e colocar essa infraestrutura de novo a serviço do país.<br />

Dos modelos de gestão observados, as opções do Brasil tendem um pouco a seguir<br />

o modelo dos Estados Unidos, em termos de regulação de infraestrutura, mas nós<br />

temos outros modelos, na Europa, por exemplo. Pensando no Brasil com relação aos<br />

outros países, que caminhos estamos seguindo?<br />

O Brasil está hoje no caminho de qualquer país periférico. O que caracteriza<br />

um país periférico é não ter o capital, não ter comando, centro de decisão do<br />

capital dentro do seu próprio território. As empresas que coman<strong>da</strong>m a economia<br />

brasileira são to<strong>da</strong>s estrangeiras, os centros de decisão estão em Nova<br />

Iorque, Madrid, Paris, Londres, Dusseldorf. Qualquer decisão que venha a se<br />

tomar aqui precisa antes ser negocia<strong>da</strong> lá fora. A velha relação de imperialismo<br />

permanece, embora hoje em dia estejam tentando dizer que ela não existe. O<br />

que acontece em países como Estados Unidos, França e Alemanha? De fato<br />

há diferenças entre os seus modelos, mas num país como os Estados Unidos<br />

o governo negocia com empresas americanas, na França o governo francês<br />

negocia com empresas francesas, e quando tem que negociar na França com<br />

uma empresa estrangeira (e às vezes tem), ele tem uma empresa francesa <strong>para</strong><br />

barganhar: “se você não fizer isso mando uma empresa francesa fazer”. Estão<br />

tentando fazer isso com a Oi, no caso <strong>da</strong>s comunicações, mas infelizmente a<br />

tragédia que foi o modelo de privatização do Fernando Henrique Cardoso acabou<br />

levando a Oi <strong>para</strong> a mão <strong>da</strong>quele que sabemos, então fica muito complicado.<br />

Todos os governos europeus, e o Japão também, quando fizeram o pro-

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