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Caminhos para a universalização da inTerneT banda larga

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334 enTrevisTas<br />

Telecomunicações e parte-se <strong>para</strong> um novo modelo, que enfrente a questão: o<br />

que é mais importante em telecomunicações, o serviço ou a infraestrutura? A<br />

infraestrutura, claro. O serviço pode ser concedido, autorizado, mas tem que<br />

ficar muito claro que a infraestrutura é um bem público. É preciso haver um<br />

controle muito eficiente dessas redes. É preciso uma garantia muito firme de<br />

que essas redes estarão volta<strong>da</strong>s prioritariamente <strong>para</strong> o cumprimento de po-<br />

líticas públicas, como aliás estava escrito no decreto do backhaul.<br />

A partir do reconhecimento, mapeamento e levantamento de bens, e dessa definição,<br />

seja no modelo atual <strong>da</strong> LGT ou de uma nova LGT, seria possível caminhar <strong>para</strong> um<br />

cenário em que a infraestrutura essencial à prestação do serviço de ban<strong>da</strong> <strong>larga</strong> fixa<br />

ou móvel seja reconheci<strong>da</strong> como bem público? O que isso permite, que armas o poder<br />

público passaria a ter, que políticas públicas podem ser implementa<strong>da</strong>s a partir desse<br />

momento?<br />

Por exemplo, na linha do que está previsto no decreto do Programa Nacional de<br />

Ban<strong>da</strong> Larga no que diz respeito ao papel que a Telebras teria. Então ela geren-<br />

ciaria essas redes, garantiria, por exemplo, que to<strong>da</strong>s as empresas que prestam<br />

serviços de telecomunicações (de forma convergente ou não) teriam condições<br />

isonômicas de contratação dessas redes, porque elas são nossas, do Brasil, e não<br />

<strong>da</strong> Telefônica ou de outras empresas. Você tem hoje empresas como a Vivo, que<br />

é o novo nome <strong>da</strong> Telefônica no Brasil, operando redes públicas sem observar as<br />

necessi<strong>da</strong>des do país de penetração de ban<strong>da</strong> <strong>larga</strong>. O Estado, o poder público,<br />

depende de uma empresa priva<strong>da</strong> <strong>para</strong> fazer funcionar os seus principais serviços<br />

públicos, polícia, hospital, escola, bombeiro, INSS, e <strong>da</strong>í por diante.<br />

Sem ter instrumentos de obrigação de investimento, por exemplo.<br />

Sem poder de obrigar o investimento nem de dizer: “Empresa, você vai estender<br />

a rede <strong>para</strong> lá porque eu quero gerar desenvolvimento econômico ali”. Se<br />

não há interesse econômico, o poder público estu<strong>da</strong>ria a fórmula <strong>para</strong> compensar<br />

a operadora. Não estamos propondo simplesmente obrigar as empresas a<br />

investir em algum lugar, ou tomando o papel delas se elas não quiserem, até<br />

porque isso não interessa a elas, que têm poder <strong>para</strong> impedir isso. Se estas<br />

empresas não se instalam em um lugar, elas não querem que ninguém entre. É<br />

uma irresponsabili<strong>da</strong>de deixar a coisa do jeito que está, não dá. Ok <strong>para</strong> mu<strong>da</strong>r<br />

a fórmula, talvez até esteja certo colocar os serviços em regime privado, mas<br />

não a infraestrutura. Não podemos ficar nesse grau de insegurança, nessa falta<br />

de condições claras e efetivas <strong>para</strong> o exercício <strong>da</strong> soberania <strong>da</strong> União sobre essas<br />

redes. Acho que devemos seguir a reali<strong>da</strong>de que estava no primeiro projeto

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