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Caminhos para a universalização da inTerneT banda larga

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82 eXperiênCias inTernaCionais<br />

as diversas frentes de atuação. Isso não significou uma “reestatização” do setor,<br />

mas recolocou o poder público e suas autori<strong>da</strong>des reguladoras no centro <strong>da</strong>s<br />

medi<strong>da</strong>s de estímulo ao desenvolvimento <strong>da</strong> ban<strong>da</strong> <strong>larga</strong> nos países.<br />

Historicamente, o Estado esteve presente desde muito cedo no setor <strong>da</strong>s<br />

comunicações. Jambeiro (2000) lista três funções principais opera<strong>da</strong>s por ele<br />

na área:<br />

Ele é Estado Proprietário, no que se refere, por exemplo, a bibliotecas, centros<br />

de documentação, ao espectro eletromagnético e às emissoras de rádio e TV<br />

que explora diretamente. É também Estado Promotor, porque traça as estratégias<br />

públicas <strong>para</strong> o desenvolvimento do setor, faz inversões de infraestrutura,<br />

e concede incentivos e subvenções. E, finalmente, é Estado Regulador, na sua<br />

função de fixar regras claras de instalação e operação, que eliminem as incertezas<br />

e desequilíbrios (Jambeiro, 2000).<br />

Também no caso específico do setor de telecomunicações, a presença estatal<br />

se constituiu desde a primeira fase, na segun<strong>da</strong> metade do século XIX.<br />

Embora o serviço de telégrafo tenha nascido privado4 , a maioria dos governos<br />

assumiu o papel de construir e implantar as redes de telefonia e de operá-<br />

-las por meio de companhias próprias (estatais), em especial os europeus. Tal<br />

opção se deveu a dois entendimentos fun<strong>da</strong>mentais: primeiro, que a telefonia<br />

constituía-se em um monopólio natural em razão dos altíssimos custos de instalação<br />

e manutenção <strong>da</strong> infraestrutura; segundo, que o setor era estratégico e<br />

não poderia ser entregue a empresas priva<strong>da</strong>s.<br />

Embora se desenvolvesse por iniciativa de empreendedores individuais, na forma<br />

de serviços oferecidos aos mercados financeiro e comercial, e embora fosse<br />

a época áurea do liberalismo, o telégrafo acabaria submetido, na Europa, ao<br />

controle direto e monopolístico do Estado. Primeiro, por causa <strong>da</strong> reação dos<br />

banqueiros e comerciantes às tarifas abusivas pratica<strong>da</strong>s pelos proprietários<br />

<strong>da</strong>s linhas que, além disso, ofereciam serviços ruins. Em segundo lugar, porque<br />

o controle <strong>da</strong> informação era essencial à consoli<strong>da</strong>ção dos regimes políticos que<br />

emergiram na Europa após a conturbação revolucionária <strong>da</strong> primeira metade<br />

do século XIX (Dantas, 2002).<br />

Com a crise do modelo fordista que sustentou os “anos de ouro” do capitalismo<br />

no pós-segun<strong>da</strong> guerra, os governos liberais promoveram a partir dos<br />

4 Financiado por empresários que necessitavam deste serviço <strong>para</strong> reduzir o tempo <strong>da</strong> comercialização<br />

de seus bens e produtos.

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