31.05.2013 Views

Caminhos para a universalização da inTerneT banda larga

Caminhos para a universalização da inTerneT banda larga

Caminhos para a universalização da inTerneT banda larga

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

392 enTrevisTas<br />

um instrumento que se torna ca<strong>da</strong> vez mais necessário ao exercício efetivo <strong>da</strong><br />

ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia. Então, uma parcela grande <strong>da</strong> população brasileira não ter acesso<br />

à Internet, e não haver uma política efetiva <strong>para</strong> que a inclusão se dê de forma<br />

coerente com o ritmo de avanço <strong>da</strong> Internet, significa excluir essa população<br />

de muitas coisas que vão passar a acontecer nos próximos anos. A Internet,<br />

ca<strong>da</strong> vez mais, é um espaço de discussão, de troca e de compartilhamento. E<br />

essas pessoas estão excluí<strong>da</strong>s dele.<br />

Como pode ser feita a garantia de acesso? Como esse problema pode ser solucionado?<br />

Qual é o papel do Estado no enfrentamento desse problema?<br />

O enfrentamento desse problema não se dá apenas pelo mercado. As forças<br />

priva<strong>da</strong>s atuando no mercado não foram e não são capazes de resolver esse<br />

problema porque, <strong>para</strong> o acesso à Internet são necessários investimentos que<br />

muitas vezes não são atrativos <strong>para</strong> a iniciativa priva<strong>da</strong>. A iniciativa priva<strong>da</strong><br />

vai buscar investir não só na instalação de uma infraestrutura de rede, mas<br />

também depois, na manutenção e na ampliação dessa infraestrutura, onde<br />

houver mercado consumidor. O Brasil, no tamanho que tem, com a quanti<strong>da</strong>de<br />

de desigual<strong>da</strong>des regionais, tanto no aspecto físico quanto entre uma região e<br />

outra, não consegue resolver esses desafios se não houver uma postura ativa<br />

do Estado. Pode ser na regulamentação de obrigações, em alguns momentos,<br />

ou uma atuação mais direta, como, por exemplo, com a Telebras. Até <strong>para</strong> forçar<br />

uma postura diferente <strong>da</strong>s empresas, não só por meio de regulamentação,<br />

fiscalização e punição diante de descumprimentos, mas também pela introdução<br />

de novos players. Então o Estado tem um papel tanto de regulamentador,<br />

quanto de agente direto.<br />

Que tipos de políticas públicas são necessárias? Você disse que políticas públicas de regulação<br />

são um componente <strong>da</strong> atuação do Estado. A que tipos de política você se refere?<br />

É importante que o Estado tenha condições de exigir obrigação de cobertura<br />

com metas e prazos a serem cumpridos. A <strong>universalização</strong> efetiva de um<br />

serviço passa não só por investimento, levando a infraestrutura <strong>para</strong> lugares<br />

onde ela não existe, mas também em fazer com que essa infraestrutura seja<br />

realmente acessível. O Estado tem que ter poder suficiente <strong>para</strong> atuar na questão<br />

do preço e exigir <strong>da</strong>s empresas o que chamamos de “modici<strong>da</strong>de tarifária”,<br />

ou seja, que o preço seja baixo o suficiente <strong>para</strong> que mais pessoas consigam<br />

ter acesso. Outra questão importante que tem relação com a característica de<br />

essenciali<strong>da</strong>de desse serviço é a própria rede. A rede em que as empresas estão<br />

investindo, por ser considera<strong>da</strong> um serviço essencial, não deve ser trata<strong>da</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!