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Tomo II - EDP

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Estudo de Impacte Ambiental do Aproveitamento Hidroeléctrico (AH) do<br />

Alvito<br />

Relatório Síntese<br />

Identificação e Avaliação de Impactes<br />

No que se refere à avaliação dos recursos hídricos subterrâneos, não se prevê a<br />

ocorrência de qualquer impacte cumulativo ao nível do aumento potencial da capacidade<br />

prevista de recarga de aquíferos. Nâo se conhecem ainda impactes cumulativos sobre os<br />

usos da água.<br />

5.6.5 Ecologia<br />

O rio Ocreza encontra-se actualmente bastante intervencionado possuindo diversas<br />

infraestruturas ao longo de todo o seu curso. As principais estruturas são, a montante da<br />

área de estudo, a barragem de Santa Águeda e, a jusante, a barragem da Pracana. A<br />

extensão destas alterações, principalmente da transformação de uma grande parte do<br />

curso do rio de sistema lótico para lêntico, representa uma séria ameaça para as<br />

comunidades ribeirinhas a nível faunístico principalmente para as totalmente dependentes<br />

do sistema aquático (e.g. peixes, anfíbios, répteis e macroinvertebrados bentónicos) pois<br />

reduz drasticamente o habitat vital à sua sobrevivência e compromete a reprodução e<br />

dispersão da maioria das espécies. Esta limitação provocada pelas barreiras longitudinais<br />

promove a perda de biodiversidade autóctone e a redução da diversidade genética das<br />

espécies que compõem toda a comunidade aquática autóctone.<br />

A mamofauna e herpetofauna terrestre também serão afectadas devido à fragmentação e<br />

redução de habitats a áreas cada vez mais parcelares e pouco adequadas às espécies<br />

cuja necessidade de uma área vital seja maior. A albufeira impõe-se ainda como uma<br />

barreira para estes grupos uma vez que as deslocações e dispersão entre margens se<br />

encontram comprometidas pelas extensas massas de água criadas.<br />

Quanto à avifauna em geral, especialmente a rupícola e espécies cuja especificidade de<br />

habitat seja muito elevada (e.g. chasco-preto), as alterações na área de estudo<br />

provocarão uma potencial redução de habitats essenciais e perda de locais de<br />

alimentação para algumas espécies.<br />

A introdução de mais uma barragem e respectiva albufeira num rio já bastante alterado,<br />

induzirá maior pressão sobre a fauna, piorando substancialmente as condições de<br />

sobrevivência de muitas espécies a nível regional, provocando um maior impacte sobre as<br />

comunidades que directa ou indirectamente dependem dos sistemas ribeirinhos.<br />

Também ao nível florístico se irá verificar a perda de comunidades que actualmente têm já<br />

uma área de distribuição fragmentada, como é o caso das comunidades ribeirinhas. A<br />

construção de uma nova barragem no leito deste rio implicará o desaparecimento quase<br />

total das comunidades de leitos de cheia, uma vez que a área de regolfo da barragem da<br />

Pracana acaba pouco antes do local de construção da barragem do Alvito. Sendo assim, o<br />

regime de cheias do rio será profundamente alterado e os habitats e espécies<br />

dependentes dos leitos de cheias serão irreversivelmente perdidos, uma vez que a norte<br />

da futura albufeira do Alvito as áreas com condições para a sua fixação vão-se tornando<br />

mais reduzidas. A albufeira irá também implicar a perda de bosques ripícolas numa<br />

elevada extensão, não havendo depois do seu enchimento condições para a fixação<br />

destas comunidades ao longo de toda a sua extensão. Assim sendo, provocar-se-á uma<br />

grande descontinuidade nas já fragmentadas comunidades ripícolas, diminuindo-se<br />

drasticamente as condições para a sobrevivência de um elevado número de espécies,<br />

algumas delas endémicas de Portugal e Península Ibérica.<br />

Relativamente às comunidades não ribeirinhas, serão afectadas áreas de grande valor<br />

ecológico: olival e bosques perénifólios de Quercus (e suas etapas de substituição), onde<br />

se verifica a existência de uma elevada biodiversidade. Estes bosques perenifólios de<br />

Quercus representam a vegetação autóctone clímax desta região, tendo desaparecido<br />

quase por completo devido à enorme quantidade de plantações florestais mono<br />

específicas. Com o enchimento da albufeira, perder-se-á uma grande extensão das áreas<br />

destes habitats que ainda existem na região, provocando-se assim uma enorme perda ao<br />

nível da biodiversidade vegetal. Assim, a sua já baixa área de ocorrência vai diminuir<br />

Imp – 5007_R2 Página 143

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