Estudo de Impacte Ambiental do Aproveitamento Hidroeléctrico (AH) do Alvito Relatório Síntese Identificação e Avaliação de Impactes 30,0 25,0 20,0 Julho 2008 14,0 12,0 10,0 T (ºC) 15,0 10,0 8,0 6,0 4,0 OD (mg/L) 5,0 2,0 0,0 0,0 106,00 104,00 102,00 100,00 98,00 96,00 94,00 cota 92,00 90,00 86,00 82,00 75,00 Temp. Oxig. 20,0 Dezembro 2008 15,0 T (ºC) 18,0 16,0 14,0 12,0 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 13,0 11,0 9,0 7,0 5,0 3,0 1,0 OD (mg/L) 0,0 -1,0 98,00 97,00 96,00 95,00 94,00 93,00 92,00 91,00 90,00 88,00 86,00 84,00 82,00 80,00 75,00 70,00 65,00 cota Temp. Oxig. Figura 5 – Perfis de temperatura e oxigénio dissolvido para o ano de 2008 (Fonte: <strong>EDP</strong>P) Os gráficos apresentados mostram que nos meses mais quentes (Junho e Julho) ocorrem situações de estratificação térmica entre as cotas 100 e 75 da albufeira de Pracana. A estratificação térmica consiste na formação de camadas de água com diferentes temperaturas, a que se associam diferentes concentrações de oxigénio dissolvido. Registamse inclusivamente situações de anóxia em todos os meses de Verão analisados. Avaliação da qualidade da água a montante – albufeiras de Santa Águeda / Marateca e do Pisco Uma vez que as albufeiras de Santa Águeda / Marateca e do Pisco se encontram a montante do AH, poderão fornecer indícios sobre o estado das massas de água que irão afluir à Imp – 5007_R2 Página 29
Estudo de Impacte Ambiental do Aproveitamento Hidroeléctrico (AH) do Alvito Relatório Síntese Identificação e Avaliação de Impactes albufeira do projecto. Desta forma apresenta-se uma caracterização geral do estado das massas de água nestas albufeiras. As albufeiras de Santa Águeda / Marateca e do Pisco constituem importantes reservas de água para o abastecimento dos concelhos de Castelo Branco e Vila Velha de Ródão. A albufeira de Santa Águeda tem uma capacidade total de 37 200 000 m 3 , uma capacidade útil de 34 200 000 m 3 e o volume morto da barragem é de 3 000 000 m 3 , em que o volume médio de armazenamento entre 1990 e 1999 oscilou entre os 60 e os 70%. A Albufeira do Pisco é de menor dimensão, tem uma capacidade total de 1 400 000 m 3 , uma capacidade útil de 1 300 000 m 3 e o volume morto da barragem é de 100 000 m 3 , com uma oscilação entre os 60 e os 100% do volume médio de armazenamento entre 1993 e 1998. De acordo com o diagnóstico apresentado nos estudos de revisão do PDM de Castelo Branco (PLANRAIA, 2004), a qualidade da água da albufeira de Santa Águeda / Marateca apresenta uma elevada carga de nutrientes, apesar de em tempo de forte pluviosidade serem efectuadas descargas de fundo, e encontra-se num estado avançado de eutrofização. O pH apresenta variações diárias significativas e nos períodos de estratificação directa, o hipolímnio apresenta condições de anóxia, associados a “booms” frequentes de cianobactérias. As recomendações do INAG para a área de drenagem da albufeira de Santa Águeda/ Marateca apontam para a necessidade de remodelação das ETAR existentes e controlo da poluição difusa, adoptando para tal boas práticas agrícolas. Refira-se que a Águas do Centro procedeu entretanto à construção de novas ETAR (designadamente de S. Vicente da Beira) e a melhoria da eficiência das existentes que drenam para estas duas albufeiras. Da mesma forma, a qualidade da água na albufeira do Pisco encontra-se num estado avançado de eutrofização, registando valores reduzidos de oxigénio dissolvido no hipolímnio, durante o período de estratificação directa, recomendando o INAG a reabilitação da descarga de fundo, de modo a possibilitar a diminuição da carga de nutrientes na albufeira, bem como a reabilitação da torre de captação, de forma a permitir um melhor controlo da qualidade da água bruta da ETA e um melhor controlo das fontes de poluição na área de drenagem desta albufeira (PLANRAIA, 2004). Não se encontram publicados os planos de ordenamento destas duas albufeiras, contudo estes encontram-se em elaboração (em fase de aprovação), estando incluídas propostas de ordenamento dos usos dos planos de água assim como o ordenamento dos usos da área de protecção, de forma a garantir a qualidade da água das albufeiras e a compatibilizar este objectivo com usos secundários. Análise prospectiva da qualidade da água da albufeira do Alvito O fenómeno de eutrofização é condicionado pelos valores de renovação da água na albufeira e minimizado quanto maior foi a renovação. Assim, de forma a perspectivar a qualidade da água no AH calcularam-se os valores anuais da renovação da massa de água associada ao AH para o volume total (Quadro 9) e útil em exploração normal (Quadro 10) da albufeira para os dois NPA em estudo. Os cálculos foram realizados para anos característicos de afluências elevadas, médias e baixas, nomeadamente em: 2004/2005 – Ano característico de afluências baixas; 1999/2000, 2001/2002 e 2005/2006 – Anos característicos de afluências médias; 2000/2001 – Ano característico de afluências elevadas. Imp – 5007_R2 Página 30